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Governo do DF retoma processo para vender parte de sua dívida ativa

Instituições financeiras podem apresentar propostas para comprar débitos de contribuintes com o GDF. Medida pode render R$ 300 milhões aos cofres públicos

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Palácio do Buriti  – Brasília, DF – 06/07/2015
1 de 1 Palácio do Buriti – Brasília, DF – 06/07/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Depois de tentativa frustrada no ano passado, o Governo do DF retomou o processo de securitização (venda) de parte da dívida ativa. Nesta sexta-feira (4/3) foi publicada a carta-convite para que instituições financeiras apresentem propostas de compra de passivos reconhecidos por inadimplentes e que começaram a ser pagos em forma de parcelamentos pelos contribuintes que aderiram ao Refis. O processo deve render, em 2016, no mínimo, R$ 300 milhões aos cofres públicos, e a dívida ativa do DF é de cerca de R$ 16 bilhões.

A medida passou pelo crivo dos deputados distritais em 9 de junho de 2015, mas, em função da terceira etapa do Programa de Incentivo à Regularização Fiscal (Refis), o GDF optou por adiar o início do processo para este ano.

Se a securitização fosse feita no ano passado, uma instituição financeira poderia assumir parcelamentos de um contribuinte em débito com o Executivo local e a pessoa poderia depois negociar por meio do Refis, o que traria instabilidade na hora de calcular a carteira de crédito e, consequentemente, incerteza ao investidor.

A medida é mais uma tentativa do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) de reforçar as receitas do GDF, que passa pela mais grave crise financeira de sua história. A securitização nada mais é do que a reunião de passivos em títulos que podem ser comercializados no mercado de capitais.

O governo justifica a medida como vantajosa pelo fato de poder receber o valor integral das dívidas. Os lucros de quem assumir a responsabilidade dos débitos são os juros, os rendimentos e as taxas provenientes dos financiamentos. Pelas previsões do Executivo, o processo deve ser concluído em meados deste ano.

Todas as transações relacionadas à venda de carteiras de créditos serão feitas pela DF Gestão de Ativos AS, empresa pública constituída no fim de 2015 exclusivamente para gerir essas operações. O Governo do DF, por meio da Secretaria de Fazenda, detém 99% do capital da empresa, e o Banco de Brasília (BRB), 1%.

Inconstitucional
O governo federal também tenta vender parte de sua dívida ativa. Porém, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) apresentou parecer, no ano passado, em que afirma que são inconstitucionais dois projetos que tramitam no Congresso Nacional e tratam da venda da dívida ativa da União.

No documento, a procuradoria afirma que o repasse de créditos da dívida para a cobrança por entidades privadas, ou mesmo outras formas, como a securitização da dívida, ferem princípios como indisponibilidade do interesse público e da igualdade tributária.

“Seja com fulcro em normas constitucionais explícitas, seja com base naquelas de cunho implícito, a cessão de créditos inscritos em dívida ativa da União para entidades privadas revela-se eivada de patente inconstitucionalidade”, afirma o texto.

No parecer, a PGFN diz que qualquer tentativa de alienar créditos inscritos em dívida ativa da União para entidades privadas fere o princípio de indisponibilidade do interesse público: “Os créditos públicos, notadamente aqueles já inscritos em dívida ativa são, via de regra, inalienáveis e indisponíveis“. (Com informações da Agência Brasília e Agência Estado)

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