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De alimentos a remédios: alta do dólar afeta compras do dia a dia

Câmbio deve elevar o preço da ceia de Natal e de produtos que possuam insumos importados. Carne também pode ser afetada

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
Aumento nos remédios – remédio
1 de 1 Aumento nos remédios – remédio - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O dólar atingiu nova cotação recorde nesta terça-feira (26/11/2019). A moeda norte-americana abriu o dia pressionado e chegou a R$ 4,2694 no mercado à vista. O dólar turismo era vendido a R$ 4,4582.

O aumento é atribuído a uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse que”é bom se acostumar com o câmbio mais alto e juro mais baixo por um bom tempo”. Com os recordes, o Banco Central anunciou leilão extra para vender a moeda.

É mais fácil associar os impactos da alta para aqueles com viagem marcada ao exterior ou aos grandes investidores, mas a cotação do dólar afeta o dia a dia do brasileiro em outros aspectos.

O professor de Economia do Ibmec Brasília Márcio de Oliveira Júnior explica que produtos nacionais com itens importados são um dos mais afetados pela desvalorização cambial, assim como os medicamentos.

“Vários remédios, embora sejam produzidos no Brasil, usam insumos importados, que vão ficar mais caros. Os laboratórios podem ter pressão no custo e repassarão o aumento ao consumidor”, explica o docente.

No Distrito Federal, os medicamentos lideram a lista dos itens mais comprados de empresas de fora do país, conforme levantamento do (M)Dados. Foram US$ 391 milhões gastos até setembro deste ano. Em segundo lugar, aparecem as vacinas. Empresas da capital desembolsaram cerca de R$ 1 bilhão com esses insumos.

Alimentação

Com o último mês do ano chegando, muitas famílias começam a pensar na ceia de Natal. Na mesa, há produtos típicos que são importados de outros países, como vinhos e bacalhau. Dependendo do comportamento da moeda norte-americana, esses itens tendem a ficar mais caros.

A alta do dólar também torna a venda da carne bovina ao exterior mais vantajosa a produtores nacionais, o que repercute no valor interno. Recentemente, o crescimento na demanda do alimento pela China resultou em preços mais salgados aos consumidores brasileiros.

O preço da carne registrou crescimento de 1,41% no DF, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, divulgado pelo IBGE. O destaque foi para o contrafilé, que apresentou uma variação positiva de 4,51%.

A substituição é uma das opções para os brasileiros fugirem da alta do preço. No caso da ceia de Natal, produtos nacionais podem ser a solução para se manter dentro do orçamento e ainda festejar o período. Já com a carne bovina, a tendência é que o brasileiro opte por aves, suínos e até peixes.

O outro lado

No entanto o aumento do dólar não afeta a economia brasileira apenas de maneira negativa. Oliveira explica que, nessas situações, as empresas do país lucram mais com as exportações. À médio prazo, o cenário pode levar até ao aumento de emprego e de renda, afirma o docente.

É difícil prever os próximos capítulos para a cotação do dólar. São muitas variáveis que implicam o câmbio, como o investimento de estrangeiros no país e as cifras trazidas por futuros processos de privatização.

“O que importa para o consumidor é o repasse do percentual da desvalorização [do câmbio] para a inflação”, aponta Oliveira. Quando isso acontece, os preços de bens e serviços são ainda mais afetados.

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