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“Dublê de deputado”, diz Chico Vigilante sobre Robério Negreiros

Os dois parlamentares voltaram a trocar provocações. Desta vez, o motivo foi a greve dos vigilantes deflagrada em todo Distrito Federal

atualizado

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Vigilante e Negreiros
1 de 1 Vigilante e Negreiros - Foto: Reprodução

A greve dos vigilantes serviu para alimentar a rivalidade entre Chico Vigilante (PT) e Robério Negreiros (PSDB). Em áudio que circulou em grupos de WhatsApp na manhã deste domingo (4/3), o petista chama o tucano de “dublê de deputado” e “faraó”.

O desabafo foi motivado em razão de uma nota e um áudio nos quais Robério Negreiros criticava a paralisação da categoria. Chico definiu o documento como “irresponsável” e disse que tal atitude só dará mais ânimo para o enfrentamento com os patrões.

“É bom dizer para esse senhor que os faraós todos desabaram e viraram pó… Ele deveria ter a humildade de tratar esses trabalhadores com dignidade. Principalmente aqueles que, enganados, votaram nele”, atacou Vigilante.

No áudio, o tucano diz que “a greve segue o caminho da ilegalidade, pois já estão descumprindo norma judicial”. Robério aproveita a mensagem para ironizar o colega de parlamento. “O senhor Chico Vigilante e toda sua trupe de espantalhos fazem chacota com o movimento dos vigilantes e tiram a legitimidade da greve”.

Sobre as declarações de Chico Vigilante, Robério Negreiros disse não se surpreender. “Vigilante reza que trabalhadores devem ser inimigos dos empresários e patrões, mas hoje os tempos são outros”.

O deputado do PSDB ainda acusa que os itens propostos pelo Sindicato dos Vigilantes são para benefício exclusivo dos sindicalistas. “Eles querem que pessoas recebam salários para ficar trabalhando no sindicato”.

Negreiros completou o desentendimento, dizendo que “Vigilante mente compulsivamente. Se ele diz que sou dublê de deputado, então ele é o dublê do dublê. Quero ser tudo, menos a figura politiqueira e mentirosa que ele é”, finalizou.

Ouça os dois áudios que motivaram a discussão dos distritais:

 

Histórico de brigas
No ano passado, os parlamentares quase trocaram agressões físicas após uma áspera altercação na Câmara Legislativa. A confusão ocorreu durante sessão da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle (CFGTC), na qual o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, apresentava relatório de gestão da pasta.

Em determinado momento, o petista disse não estar sendo cumprida a lei que determina a recontratação de vigilantes de uma empresa pela sucessora, quando há mudança na companhia prestadora do serviço.

Ao escutar o discurso do colega pelo sistema de som, Negreiros deixou o gabinete para confrontá-lo. Ao sentar-se à mesa da CFGTC, o tucano comentou a investigação sobre um suposto desvio de R$ 2,6 milhões do Sindicato dos Vigilantes, entidade da qual o petista é dirigente – o caso foi noticiado pelo Metrópoles em 10 de junho de 2017.

Chico Vigilante reagiu aos berros e, em tom igualmente hostil, o tucano mandou o colega falar baixo. Em seguida, quase atingiu a mão do petista ao desferir um tapa na mesa. Ambos se levantaram. Nesse momento, a segurança da Casa e o deputado Rodrigo Delmasso (Podemos) apartaram os dois.

“Vigilante estava fazendo politicagem ao falar sobre os cargos que seriam remanejados, e eu o lembrei do sumiço de R$ 2,6 milhões do plano de saúde do sindicato. Ele se exaltou. Se houvesse violência, seria por parte dele, porque eu só me defenderia”, afirmou o tucano ao Metrópoles.

À reportagem, o petista atacou o colega. “A lei de minha autoria que exige recontratação mesmo com a troca da companhia não foi cumprida. Isso ocorreu porque ele [Robério] quer o voto desses vigilantes”, disparou.

Confira a briga:

Contratos turbinados
Os contratos da empresa de segurança ligada à família do deputado distrital Robério Negreiros (PSDB) com o GDF foram turbinados depois que ele virou parlamentar. Em 2010, o Executivo local repassou R$ 8,4 milhões à Brasfort. Cinco anos depois, quando Robério assumiu o lugar de Benício Tavares após o correligionário ter o mandato cassado, o valor saltou para R$ 213,2 milhões – um aumento de 2.408%.

Em 2017, a cifra também foi robusta. Os acordos de prestação de serviço de vigilantes com o grupo custam R$ 160,3 milhões anuais. Os cofres públicos também têm sido generosos com as outras empresas de vigilância que mantêm contratos com a administração pública – a maioria delas é vinculada a parlamentares. O mais vultoso é com a Brasfort, a qual emprega 1.243 pessoas.

O outro lado
Em nota, o deputado Robério Negreiros Filho afirmou que “nunca teve qualquer participação societária e não possui ingerência nas empresas que prestam serviço ao governo”.

A empresa Brasfort esclareceu, por meio da assessoria jurídica, que os valores dos contratos aumentaram, chegando a 2.426% após a empresa ter ganhado processos licitatórios. Um deles ocorreu em 2010, quando o grupo participou do pregão eletrônico nº 21/2009, cujo objeto era a contratação de serviços de vigilância humana, armada e desarmada, no âmbito da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). À época, a Brasfort venceu quatro dos cinco lotes.

Lembrou ainda acréscimos aos valores contratuais, devido a benefícios trabalhistas conquistados pelos vigilantes, como o adicional de periculosidade, estabelecido na Lei Federal nº 12.740/2012. “Atualmente, a empresa é contratada para prestação de serviços de cinco contratos de vigilância, conforme resultado publicado na Imprensa Oficial do Distrito Federal, resultado do pregão eletrônico nº 17/2017”, informou.

Também por meio de nota, a Seplag ressaltou que, em agosto de 2017, realizou uma grande licitação para a execução do serviço de vigilância, e a Brasfort venceu a concorrência para atuar em 65 órgãos do GDF. “Essa licitação seguiu todos os trâmites legais e foi acompanhada pelos órgãos de controle. Possibilitou uma economia de R$ 50 milhões anuais aos cofres públicos”, informa o documento.

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