Dinheiro de doações para Jelder Eric será utilizado em cirurgias
Amigos do sociólogo agredido arrecadaram R$ 36 mil em vaquinha na internet. Em coma, ele terá que fazer reconstituição odontológica e facial
atualizado
Compartilhar notícia
A solidariedade de familiares, amigos e, principalmente, desconhecidos, emociona o dia a dia daqueles que torcem, rezam e trabalham pela recuperação de Jelder Eric, sociólogo de 25 anos encontrado gravemente ferido por funcionários da Associação dos Servidores do Senado Federal (Assefe) na segunda-feira (6/8). A 1ª Delegacia de Polícia investiga o caso e afirma que não pode fornecer detalhes sobre a investigação.
Internado em coma induzido no Instituto Hospital de Base (IHB), ele continua entubado e febril. Jelder sofreu traumatismo craniano e facial, além de vários ferimentos no corpo.
Enquanto o sociólogo luta pela sobrevivência, os amigos fazem uma vaquinha virtual para arrecadar dinheiro e custear as despesas dos pais – moradores de Macaubal, cidadezinha com cerca de 8 mil habitantes no interior de São Paulo – no período em que eles acompanham a recuperação do filho. Os dois estão hospedados na casa de Jelder, na 712 Norte.
A notícia boa é que a vaquinha – com previsão de encerramento nesta sexta-feira (10) – deu muito certo. Os pretendidos R$ 10 mil iniciais viraram R$ 15 mil e já somam R$ 36 mil. “Nossa ideia era conseguir dinheiro para tentar ajudar nas questões imediatas. Os pais compraram passagens de última hora. O próprio Jelder já estava sem trabalhar e tinha que pagar água, luz, telefone, aluguel”, conta o jornalista Leonardo Dalla Rosa, 34 anos, responsável pela arrecadação virtual.
Logo que os amigos começaram o projeto, eles ouviram dos médicos que quando Jelder se recuperasse, deveria fazer cirurgias reparadoras. De acordo com Leonardo, o dinheiro que sobrar será doado pelos pais de Jelder a uma instituição de caridade ou para outra pessoa que esteja precisando. Ao término do prazo da vaquinha virtual, o site pede 14 dias para poder liberar o dinheiro, que cairá na conta bancária de Leonardo, com um desconto de 6% de taxas. “O que mais nos impressionou foi a disposição de desconhecidos que se dispuseram a ajudar”, conta.
No site da vaquinha virtual, várias pessoas desejam melhoras e força na recuperação. “Hey, Jelder! Também não te conheço, mas pelo que vi, você é uma pessoa muito amada. Torço pra que saia dessa logo pra aproveitar muito a vida ao lado dos seus amigos que são incríveis! Jamais esqueça o valor que tem para essas pessoas e espero que se sinta amado como nunca! Beijos no coração”, escreveu uma jovem.
Amigos e família estão focados, além de no recebimento de doações – objetivo já atingido – em “manter viva a história do amigo”. “É fundamental que a investigação continue. Temos um pouco de medo, não sabemos quem cometeu o ato, não sabemos se foi uma pessoa ou se foram duas, se são conhecidos ou não”, desabafa o amigo.
Clube
De acordo com um dos funcionários do clube, Jelder estava com lesões profundas na cabeça e no rosto. A vítima foi transportada pelo Corpo de Bombeiros para o Instituto Hospital de Base (IHB). Até o momento, nenhum suspeito foi preso. Também não se sabe o motivo da agressão.
Jelder mora sozinho em Brasília, em uma casa na 712 Norte. De acordo com pessoas próximas, o rapaz tomava medicamento controlado para depressão. Ele havia sido visto pela última vez em sua casa, com um amigo. No dia 3 de agosto, os dois teriam saído juntos e acabaram dormindo na residência do rapaz. Ele teria deixado a casa do sociólogo no dia do desaparecimento.