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DF tem aumento nos registros de homotransfobia em 2022. Veja números

Nos últimos anos, a maioria destes crimes ocorreu no Plano. No domingo, um professor da UnB foi vítima de homofobia em um bar da Asa Norte

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Ataque homofóbico. Mão com arco-íris pintado homofobia - Metrópoles
1 de 1 Ataque homofóbico. Mão com arco-íris pintado homofobia - Metrópoles - Foto: Getty Images

O Distrito Federal registrou aumento no número de ocorrências de homotransfobia nos primeiros quatro meses de 2022. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), no primeiro quadrimestre deste ano foram registrados 21 casos de intolerância relacionada a gênero na capital federal. No mesmo período de 2021, foram 18 casos. Ou seja, houve um crescimento de 16% em 2022.

Confira 43 canais para denunciar homofobia e transfobia no DF

Ainda segundo a pasta, em todo o ano passado foram registradas 62 ocorrências do tipo. Em 2020, houve 41 casos notificados nas delegacias do DF.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em junho de 2019, favoravelmente pela inclusão dos crime de homofobia e transfobia no rol de delitos abarcados pela Lei do Racismo (Lei nº 7.716/1989). Desde então, os casos passaram a ser computados desta forma.

Nos últimos anos, a maioria das denúncias relacionadas ao crime foi registrada na área central da capital. Confira os dados no quadro abaixo:

De acordo com Ângela Maria dos Santos, delegada-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), a maioria dos casos de homotransfobia ocorre primeiro na rua, depois em casa.

Para ela, os números podem ter aumentado nos últimos anos porque as pessoas estão tomando consciência sobre a importância da denúncia. “Para uma pessoa registrar um crime de homotransfobia ou de racismo é preciso ela estar empoderada. Muitas vezes a vítima acha que não vai adiantar ir na delegacia, mas a partir do momento que ela vai, denuncia, gera dados e esses dados geram políticas públicas”, comenta a delegada.

“Acredito que é o fato de estar havendo um movimento de divulgação de uma delegacia especializada, de informação dos direitos dessas pessoas. A partir daí, elas se empoderam e criam coragem para procurar a delegacia”, completa chefe da Decrin.

Caso em bar do DF

No último domingo, um professor da Universidade de Brasília (UnB), de 37 anos, foi vítima de homofobia no Deboche! Bar, na 201 Norte. Segundo o docente, um cliente que estava no local teria se incomodado ao vê-lo beijar o companheiro e foi reclamar com o objetivo de que o casal parasse.

O educador, que pediu para não ser identificado, relata que estava no bar com amigos, por volta de 19h de domingo, onde havia uma roda de samba. “Eu estava cansado de dançar e falei para os meus amigos que iria sentar um pouco com o meu parceiro. Aí, eles ficaram um pouco mais longe, e nós fomos sentar. Como só tinha uma cadeira, ele sentou no meu colo, e a gente se beijou”, conta.

Pouco depois, o homem percebeu que havia uma movimentação ao seu redor. “Fui lá ver o que estava acontecendo, porque meus amigos estavam com uma cara séria. Foi quando soube que um homem da mesa ao lado havia chamado minha amiga para ela pedir que a gente parasse de se beijar porque estava incomodando ele”, relata.

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A nutricionista Carolina Abreu, 25 anos, é amiga da vítima e testemunhou o momento. “Ele estava com o parceiro dele, que é nosso amigo também, e este senhor se aproximou e falou diretamente comigo para que eu pedisse que eles parassem, imediatamente, de se beijar. Disse que ele não queria que a filha dele visse isso, mas ele estava sozinho lá”, narra a jovem.

Ela, porém, disse que não pediria isso ao casal. “Foi quando esse senhor voltou com três seguranças, dizendo que estava incomodando, que era para parar. Ameaçou ‘enfiar a mão na cara’ de um amigo meu e disse que, se eles continuassem, iria chamar a polícia.”

Quando o professor da UnB entendeu do que se tratava, acionou a polícia. Segundo Carolina, mesmo com os militares no bar, o homem continuou exaltado. “Ele me disse: ‘Espero que não tenha família aqui para você ver o que pode acontecer’. Estava muito alterado, parecia bem desequilibrado. Chamou meu amigo de ‘viadinho’ na frente dos policiais”, comenta a jovem.

Os envolvidos foram então à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), onde foi registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito, que não teve o nome revelado pela PCDF.

O que diz o bar

Em nota, o estabelecimento repudiou o ato homofóbico e disse que “condena qualquer tipo de ação preconceituosa e/ou intolerante”.

“Nossa equipe é treinada para prestar acolhimento à vítima e, posteriormente, acionar a polícia com a permissão do agredido. Infelizmente, casos como esse estão por toda a parte e só serão vencidos se todos estivermos unidos. Preconceituosos não são e, nunca serão, bem-vindos no Deboche. Em tempos como esses, é preciso amor e ação. Sócios e funcionários estarão ao lado da vítima até que todos os fatos sejam apurados.”

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