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DF: amigos, familiares e autoridades se despedem de Gervásio Baptista

Entre os presentes no velório na Asa Sul, muitos colegas de profissão, o ex-presidente José Sarney e o presidente do STF, Dias Toffoli

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Gervasio Baptista
1 de 1 Gervasio Baptista - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

O corpo do fotógrafo Gervásio Baptista será velado até as 13h desta quarta-feira (9/4) no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Depois, ele será cremado, e as cinzas irão para o Rio de Janeiro para serem espalhadas na Baía de Guanabara.

Amigos, familiares e políticos estiveram no local pela manhã e prestaram as últimas homenagens a Gervásio, que morreu na quinta-feira (4), aos 96 anos. Entre eles, o ex-presidente e ex-senador José Sarney.

“Com certeza tem um lugar pioneiro na história política do país. O Brasil perdeu um talento extraordinário. Tinha grande afeto e carinho por ele”, destacou. Gervásio foi fotógrafo oficial de Sarney e Tancredo Neves na época em que ocuparam a Presidência da República.

Também fotógrafo e amigo de Gervásio, Hermínio Oliveira, 73, foi ao cemitério se despedir. “Nós perdemos um ser humano incrível, e o jornalismo, certamente, ficou mais pobre”, destacou. Muito emocionado, o companheiro de profissão, Orlando Brito, 69, disse que Gervásio era como um irmão. “Ele contribuiu muito para a história do jornalismo. Era um ícone da nossa profissão, que deixa uma enorme saudade”, assinalou.

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Roberto Stuckert, 75, foi fotógrafo oficial do ex-presidente Figueiredo e fez questão de dar o último adeus ao amigo. “Era meu irmão. Trabalhamos juntos em diversas coberturas e também na [revista] Manchete. Se foi a memória fotográfica deste país”, pontuou.

Gervásio foi um ícone do fotojornalismo brasileiro. Clicou momentos históricos de diversos presidentes, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

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Também registrou fatos marcantes, como a Revolução Cubana, quando clicou Fidel Castro e Che Guevara; a Revolução dos Cravos, em Portugal; a queda do presidente argentino Juan Domingo Perón; a Guerra do Vietnã; sete copas do mundo; e 16 concursos de miss universo.

Gervásio começou a fotografar aos 12 anos para o jornal O Estado da Bahia. O talento autodidata chamou a atenção do jornalista Assis Chateaubriand, que o contratou em 1950 para trabalhar em O Cruzeiro. Dois anos depois, foi para a Manchete, a convite de Adolpho Bloch.

Conhecido como “fotógrafo dos presidentes”, viveu os últimos anos com uma aposentadoria modesta em um lar de idosos de Vicente Pires. Ele sequer guardava cópias de seus trabalhos e não recebia pelos direitos autorais de suas imagens clássicas. Até 2015, Gervásio trabalhou no Supremo Tribunal Federal (STF).

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