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CPI dos Atos Antidemocráticos ouvirá generais e supostos financiadores de golpistas

Calendários de abril e maio foram definidos pela CPI da CLDF nesta terça-feira. General Heleno, general Dutra e empresários são destaques

atualizado

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Marcelo Camargo – Agência Brasil
Invasão Planalto
1 de 1 Invasão Planalto - Foto: Marcelo Camargo – Agência Brasil

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal definiu o calendário das próximas oitivas que investigam os atentados contra a democracia em Brasília. Os primeiros depoimentos são de suspeitos de financiar os atos. Os deputados que compõem a CPI se reuniram na manhã desta terça-feira (4/4) para alinhar os passos seguintes da apuração.

Para abril, foram aprovadas as oitivas de:

  • Adauto Lucio Mesquita, empresário investigado por financiar o acampamento golpista em frente ao Quartel-General do Exército, no dia 13/4.
  • Joveci Andrade, empresário, em 20/4.
  • Cíntia Queiroz de Castro, coronel da Polícia Militar e subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF, em 27/4.

Militares em maio

O deputado distrital Fábio Felix (PSol) defendeu que a CPI priorizasse depoimentos de militares do Exército, alegando que as afirmações colhidas até aqui apontam colaboração de membros da Força com atos a favor de um golpe, como a manutenção do acampamento em frente ao QG de Brasília.

A Comissão, então, definiu o calendário de maio com depoimentos mais voltados para o Exército.

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No mês que vem, devem ser ouvidos:

  • Augusto Heleno, general que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro (PL), no dia 4/5.
  • Fábio Augusto, ex-comandante-geral da PM , em 11/5.
  • Gustavo Henrique Dutra de Menezes, general que chefiava o Comando Militar do Planalto (CMP) durante os atos antidemocráticos de 8/1, no dia 18/5.
  • José Acácio Serere Xavante, conhecido como cacique Tserere, indígena preso no dia 12 de dezembro por atos antidemocráticos, em 25/5.

Já há 24 requerimentos aprovados para convocações e convites a depoentes. Apesar do grande número de pessoas a serem ouvidas, os deputados dizem que é preciso aprofundar as investigações com oitivas detalhadas, o que impossiblitaria dois depoimentos no mesmo dia, como chegou a ser marcado no começo da CPI.

Primeiro mês

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal concluiu o primeiro mês de oitivas que investigam os atentados contra a democracia em Brasília. Foram cinco depoimentos colhidos pelos deputados distritais ao longo de março. Figuras da Segurança Pública detalharam falhas que facilitaram a tentativa de instaurar um golpe militar no país. Neste primeiro ciclo de apuração, importantes descobertas e apontamentos indicaram um caminho do relatório final.

A CPI ouviu três pessoas que faziam parte da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF) e dois policiais militares entre 2 e 30 de março. O Metrópoles produziu um conteúdo especial em vídeo com os principais trechos de revelações desses cinco depoimentos, em cinco minutos.

Entre as revelações da Comissão Parlamentar de Inquérito, investigados apontaram denúncias como: interferência do Exército contra ações de desmobilização e prisões no acampamento golpista no Quartel-General em Brasília, existência de crimes e máfias naquela manifestação do Setor Militar Urbano, falta de orientações de Anderson Torres sobre o 8 de janeiro antes de viajar e deixar o posto, planejamentos que subestimaram a convocação para os atos contra a democracia e erros em campo da Polícia Militar.

Veja alguns trechos dos depoimentos:

O primeiro ouvido nas investigações da CPI foi Fernando de Sousa, que era secretário em exercício da Secretaria de Segurança Pública do DF no dia da tentativa de golpe, já que o então secretário, Anderson Torres, estava em viagem aos Estados Unidos. Sousa afirmou que Torres saiu de férias sem deixar “nenhuma orientação específica” sobre os atos de 8 de janeiro.

A segunda pessoa ouvida pela CPI foi Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da SSP-DF. Ressaltando que alertou aos integrantes da pasta, incluindo superiores, sobre os “ânimos exaltados” dos bolsonaristas antes da tentativa de golpe, ela defendeu que não houve falha do setor de monitoramento.

Depoimento de coronel preso

Um dos depoimentos mais longos foi do ex-comandante de Operações da Polícia Militar do DF Jorge Eduardo Naime, preso em fevereiro devido à atuação no dia dos atentados terroristas contra as sedes dos Três Poderes. Naime é investigado por denúncias de que teria retardado a tropa intencionalmente para permitir a fuga de manifestantes e que ainda havia tentado fugir de Brasília por medo de ser preso.

Em depoimento, ele detalhou a existência de diversos crimes no acampamento do QG, como a “máfia do Pix”, tráfico de drogas e roubos, disse que o Exército cancelou por duas vezes ações da PMDF de desmobilização daquele ato bolsonarista e relatou “estranheza” com a informação do número do efetivo da Polícia Militar no 8 de janeiro.

Ex-secretário e ex-coordenador de Inteligência

Os dois últimos ouvidos pela CPI nesta primeira etapa de investigações foram Júlio Danilo, ex-secretário da SSP, antes de Anderson Torres assumir o posto, e o coronel Jorge Henrique da Silva, ex-coordenador da Subsecretaria de Inteligência da pasta. Júlio respondeu mais sobre os questionamentos voltados ao dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal e depredaram o centro de Brasília, e sobre o acampamento no QG.

Já o coronel defendeu as ações de inteligência da PMDF antes do 8/1. Segundo Jorge Henrique, todas as informações colhidas pela corporação a respeito dos atos foram repassadas para a SSP. Ele admitiu, porém, que a PM avaliou a manifestação como “nível de risco baixo”.

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