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Covid: pessoas com síndrome de Down pedem prioridade na vacinação

Carreata na área central de Brasília chama a atenção para a vulnerabilidade desse grupo na pandemia do novo coronavírus

atualizado

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Arthur Menescal/Especial Metrópoles
Protesto no Buriti
1 de 1 Protesto no Buriti - Foto: Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Familiares, amigos e pessoas com síndrome de Down organizaram carreta, na manhã desta quarta-feira (7/4), para pedir urgência na vacinação contra Covid-19, no Distrito Federal. O ato ocorre em frente ao Palácio do Buriti. Segundo os manifestantes, pessoas com síndrome de Down têm até 10 vezes mais chance de óbito por causa do novo coronavírus, de acordo com uma pesquisa inglesa.

A campanha intitulada “Uma dose de respeito” é liderada pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD) e chegou à capital com a organização da DFDown, do Movimento Down, da Ápice Down e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae-DF).

Veja imagens da manifestação:
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A diretora-secretária da Associação DFDown, Lívia Borges, é mãe de Luana Abhayomi, 12 anos, que tem síndrome de Down. “Queremos conscientizar o nosso governo sobre a importância da priorização. A vulnerabilidade deles é muito grande. O nosso objetivo é dar a volta na Esplanada dos Ministérios e entregar uma carta de intenções ao governador Ibaneis Rocha. São cerca de 100 famílias que se mobilizaram para fazer parte do ato. Inclusive de pessoas que não serão beneficiadas, mas lutam pela causa. É o fortalecendo do movimento para as pessoas que necessitam”, explica.

A mobilização pede ao Governo do Distrito Federal (GDF) vacina imediata para pessoas acima de 18 anos com síndrome de Down.

Segundo os organizadores, embora a vacinação deste grupo esteja prevista para a terceira fase, com as comorbidades, o processo precisa ser antecipado, levando em consideração a extrema vulnerabilidade, devido à dificuldade de seguir medidas de segurança; intolerância sensorial ao uso de máscara; dificuldade de reconhecer e identificar sintomas; baixa imunidade; obesidade; diabetes; problemas cardíacos e respiratórios; entre outros.

Ainda segundo o grupo, embora não haja uma estatística oficial no Brasil, um grande número de morte de jovens entre 20 e 30 anos vem sendo observado no país. Só em janeiro faleceram quatro pessoas com a síndrome no estado do Amazonas.

A médica Ana Claudia Brandão, membro do comitê técnico da FBASD diz que estudos recentes comprovam a necessidade. “O estudo da T21 Research Society revela que, em adultos com SD, o curso da infecção é mais grave e as taxas de complicações e mortalidade são significativamente mais elevadas do que na população geral”. destacou.

“Precisamos proteger essa população antes que haja um genocídio de jovens e adultos com síndrome de Down. Perdemos muitas pessoas desde o início da pandemia. Se há estudos que demonstram esse risco, o Poder Público não pode fechar os olhos para isso”, afirma Cléo Bohn, presidente da Associação DFDown.

Como parte da campanha, pessoas com síndrome de Down de toda as idades vêm postando vídeos e cartazes nas redes sociais exigindo que a vacinação se estenda a todo o país. “A mobilização é urgente, uma vez que estados começam a desrespeitar inclusive a ordem do Plano Nacional de Imunização, como o Rio de Janeiro, onde o governador publicou decreto passando outras categorias à frente desta população comprovadamente ultravulnerável”, acrescentou Cléo.

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