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Coronel da PMDF diz que Inteligência viu “nível de risco baixo” antes de 8 de janeiro

Ex-coordenador de área de Inteligência citou quantidade de manifestantes: “Havia 300 pessoas. Não seria suficiente para uma tomada do Poder”

atualizado

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1 de 1 cldf-coronel-pmdf-cpi-atos-antidemocráticos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Inteligência da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) chegou a avaliar as manifestações marcadas para 8 de janeiro como atos de “nível de risco baixo”. A afirmação partiu do ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) coronel Jorge Henrique da Silva Pinto.

O policial militar presta depoimento nesta quinta-feira (30/3), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa (CLDF) que investiga a tentativa de golpe em Brasília.

Ele foi questionado por parlamentares sobre informações divulgadas pelo Metrópoles, que revelaram que a SSP-DF preparou planejamentos mais firmes antes de atos promovidos pela população LGBTQIA+, de passeatas estudantis e da Marcha da Maconha do que para conter os protestos antidemocráticos.

Nas três manifestações citadas, a pasta alertou sobre a dimensão de possíveis ameaças provocadas pelos atos. No entanto, o mesmo não ocorreu com o Protocolo de Ações Integradas que planejou o esquema de segurança para 8 de janeiro de 2023.

Na CPI, o coronel se defendeu: “O protocolo determina que a Inteligência estabeleça níveis de risco. Para essa manifestação [de janeiro], tivemos nível de risco baixo. Então, não pudemos nos posicionar dessa forma. O nível de risco era baixo naquele momento. Tínhamos 300 pessoas [previstas para participar]. A tabela de nível de risco se inicia com, ao menos, mil pessoas”.

Ainda segundo o coronel Jorge Henrique, há seis graus de risco, do mais baixo até o mais extremo. “Quando fizemos essa avaliação, seria um risco baixo [para a manifestação]”, afirmou. Apesar disso, o militar criou uma célula de inteligência em grupos de WhatsApp, enviou informações sobre os perigos dos atos promovidos por bolsonaristas e alertou, inclusive, sobre  a possibilidade de confronto com as forças policiais.

Acompanhe a oitiva ao vivo:

Avisos

O ex-coordenador de Assuntos Institucionais da Subsecretaria de Inteligência da SSP-DF fez ao menos sete avisos antes dos atos extremistas. Em 7 de janeiro de 2023, o coronel enviou mensagens de alerta em um grupo com autoridades da Segurança Pública sobre a chegada à capital federal de bolsonaristas com intenção de compor o movimento chamado “Tomada do Poder”.

No depoimento aos distritais, o militar informou que o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres estava em um grupo de WhatsApp onde foram enviadas as informações. O ex-chefe da SSP-DF viajava na data dos ataques em Brasília.

O PM acrescentou que, dois dias antes da invasão às sedes dos Três Poderes, havia pouca informação sobre o planejamento dos bolsonaristas. “No dia 6, quando concluímos o relatório de inteligência, não tínhamos entendimento do que poderia ocorrer. Sabíamos que havia de 250 a 300 pessoas e que isso não seria suficiente para uma ‘tomada do Poder’.”

Sobre falhas no dia 8, Jorge Henrique declarou que não houve “apagão” nas atividades do setor. “Posso garantir que todos os dados produzidos chegaram aos agentes [da segurança], aos profissionais de inteligência, e é bem provável que tenham chegado aos decisores. Nossa atividade foi concluída. Geramos esse conhecimento. A Inteligência atuou. Não sei quem falhou”, enfatizou o militar.

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