metropoles.com

Coronavírus: GDF quer dispensa de estudos para decisões fiscais

Legislação atual exige o documento para que sejam concedidos benefícios tributários. Buriti defende suspensão só durante a crise

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
Palácio do Buriti
1 de 1 Palácio do Buriti - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A equipe econômica do Governo do Distrito Federal (GDF) pretende encaminhar à Câmara Legislativa (CLDF) um projeto de lei para dispensar a exigência de estudo econômico da concessão de benefícios fiscais durante a crise causada pela pandemia do novo coronavírus. O texto foi produzido e encaminhado para a chancela do governador Ibaneis Rocha (MDB).

Desde 2014, uma lei distrital obriga a avaliação pelos deputados distritais dos impactos das políticas fiscais, tributárias e creditícias. A proposta, portanto, tenta liberar essa etapa burocrática apenas durante a situação emergencial para que o Palácio do Buriti tenha mais rapidez para tomar decisões dentro da área econômica.

“O objetivo da proposta é dispensar estudo econômico previsto na Lei nº 5.422, de 24 de novembro de 2014, a fim de tornar mais ágil a resposta do Distrito Federal ao enfrentamento de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente da disseminação do vírus Sars-Cov-2, coronavirus, após ser decretada pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS)”, diz a exposição de motivos assinada pelo secretário de Economia, André Clemente.

Ainda segundo o texto, “impende destacar que a proposta ora apresentada visa tão somente dispensar a elaboração dos estudos econômicos e não a estimativa do impacto orçamentário-financeiro exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)“, completa.

Por fim, Clemente explica que as decisões enérgicas precisam ser tomadas “com o possível aumento exponencial dos casos do Covid-19 no Brasil, e mais especificamente no DF”. E com a necessidade de manutenção da prestação dos serviços públicos, pela elevada taxa de mortalidade entre idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas.

Mudança não altera LRF

“Não restam dúvidas de que são necessárias e justificam tomadas de decisão que visem medidas urgentes e rápidas a exemplo de novas leis que concedam ou ampliem incentivos ou benefícios a setores da atividade econômica ou que impliquem renúncia da receita ou aumento da despesa pública, como no caso em análise, enquanto durar o estado de pandemia”, ainda diz o texto.

Procurado pelo Metrópoles, Clemente acrescentou que a lei sobre os estudos econômicos foi criada pouco antes do governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), mas nunca entrou em vigor.

“O governo passado prorrogou a aplicação dela, mas o governo Ibaneis não quis postergar e vem cumprindo com os estudos. A complexidade dos mesmo num momento de crise inviabiliza ações cuja velocidade é exigida”, explica.

Segundo o secretário, o Executivo local não abre mão da legalidade e da apreciação dos parlamentares das demandas que exigem previsão legal. Por isso, o ajuste tende a reduzir apenas a burocracia. “A transparência, os impactos da LRF e a apreciação parlamentar continuam”, concluiu.

 

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?