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Coronavírus: faculdades privadas do DF não dispensam funcionários

Sem receber alunos, trabalhadores temem pela própria saúde com crescimento do número de casos no DF

atualizado

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A decisão do Governo do Distrito Federal (GDF) em suspender atividades com grande aglomeração de pessoas em razão do crescimento de casos do novo coronavírus tem provocado insatisfações no meio acadêmico. A irritação, contudo, não parte dos estudantes, mas dos funcionários que, mesmo após a determinação, seguem exercendo suas funções presencialmente nas faculdades.

Revoltada, uma trabalhadora, sob condição de anonimato, denunciou a situação nas particulares. “Os alunos foram liberados, porém, nós, não. Isso é um risco em uma universidade onde transitam mais de 2 mil pessoas por dia”, conta.

“Não adianta os alunos serem liberados e o atendimento presencial prosseguir. Isso é revoltante. Quer dizer que os funcionários vão ficar nessa zona de risco?”, indaga a trabalhadora.

A Faculdade Processus, por exemplo, tomou como medida de precaução apenas a adoção de um horário reduzido aos seus trabalhadores – das 9h30 às 16h30. No entanto, ainda oferece atendimentos presenciais na secretaria e na coordenação. A biblioteca também continua operando normalmente.

Ao Metrópoles, o diretor acadêmico da Processus, Gustavo Castro, afirmou que a instituição segue o decreto do governo no local.

“Todas as aulas e atividades acadêmicas estão suspensas até o dia 30 de março. Nós temos biblioteca, secretaria. Funcionários com horário reduzido, fora do horário de pico. Internamente, funciona apenas em alguns setores”, disse.

Segundo Castro, a presença dos profissionais é necessária para a preparação das aulas na modalidade Educação a Distância (EaD). “Estamos tendo que preparar a EAD. As aulas que irão começar em 31 [de março]. Por isso, temos uma equipe de funcionários. Já instalamos nosso sistema EAD, que está sendo repassado aos professores”, finalizou o docente.

Cenário semelhante se repete no campus da Universidade Paulista (Unip). Por contato telefônico, uma funcionária da faculdade, que não quis ser identificada, confirmou que trabalhos administrativos seguem operantes das 9h30 às 20h30. “Só reduziu o número de profissionais trabalhando”, acrescenta.

Rodízio

O mesmo ocorre nas faculdades da rede Universidade Católica de Brasília (UCB), que segue recebendo funcionários. Segundo a particular, um plano de contingência para o setor administrativo está em fase final de elaboração.

“A maioria está trabalhando de casa ou em sistema de rodízio, para não haver aglomeração de pessoas. E estamos liberando o sistema para trabalhar remotamente.”

É preciso ressaltar que não há determinação direta do Executivo local que proíba atividades de caráter administrativo e atendimento presencial nas instituições de ensino do Distrito Federal. O decreto determina, apenas, a suspensão das “atividades educacionais” nas redes pública e privada.

De acordo com dados oficiais desta sexta (20/03), o Distrito Federal tem 87 casos confirmados de coronavírus. Existem mais 15 pacientes que testaram positivo, entretanto, as autoridades ainda aguardam exame complementar.

Na tentativa de frear a escalada da doença em Brasília, o governador Ibaneis Rocha (MDB) assinou vários decretos proibindo não apenas a suspensão das atividades nas escolas e faculdades, mas também em shoppings, academias, parques, museus e templos religiosos.

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