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Comissão da CLDF denuncia ao MPDFT clínica que oferece “cura gay”

Ofício da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa foi encaminhado ao Ministério Público nesta segunda-feira (9/11)

atualizado

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CLDF
1 de 1 CLDF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do DF (CLDF) encaminhou ofício ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nesta segunda-feira (9/11), pedindo que a clínica brasiliense que oferece “tratamento” para homossexualidade seja investigada. O caso foi revelado pelo Metrópoles no último sábado (7/11).

No documento, assinado pelo presidente da comissão, o deputado distrital Fábio Felix (PSol), a Casa solicita ao MPDFT “a análise dos fatos e providências” em relação ao caso. Outro ofício com mesmo teor foi enviado ao Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).

Nesta segunda-feira, o CRP-DF também procurou o MPDFT para denunciar o estabelecimento. Para o órgão, o dono da clínica pode estar exercendo ilegalmente a profissão de psicólogo ao oferecer igualmente cura para doenças psíquicas, como depressão.

Confira, abaixo, os ofícios da Câmara encaminhados ao MPDFT e ao CRP-DF:

CLDF denuncia ao Conselho d… by Metropoles

 

Comissão da CLDF denuncia a… by Metropoles

O Metrópoles procurou o MPDFT e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem. O texto será atualizado quando o órgão se pronunciar.

Cadastro suspenso no CRT

A empresa Hipnoticus, localizada na Asa Sul, diz que o serviço para “tratar” a homossexualidade, que custa R$ 29.990, gera resultados em seis meses. Segundo consta no site do estabelecimento, a hipnose é feita utilizando o método Psicoterapia Sem Falhas, usado pelo hipnoterapeuta Gabriel Henrique de Azevêdo Veloso. São oferecidas três opções de serviços: sessões com duração de quatro, seis e oito meses.

O dono da empresa diz ser cadastrado no Conselho de Auto Regulamentação da Terapia Holística (CRT), uma sociedade civil sem vínculos com o governo federal. Veloso oferece a cura de doenças como depressão e ansiedade em até seis meses, mesmo não tendo formação em psicologia, medicina ou terapia ocupacional.

No entanto, o CRT nega que ele esteja filiado à entidade. Em nota enviada ao Metrópoles, o conselho afirmou que o hipnoterapeuta teve o cadastro suspenso ainda em agosto de 2018 por “pendências estatutárias e falta ética e profissional”. “Justamente por não cumprir as normas previstas no código de ética profissional, ele foi alertado a cessar a utilização do número da CRT de forma indevida”, destacou.

“Convém esclarecer ainda que a Terapia Holística propõe maximizar a Qualidade de Vida de seus clientes, paradigma este absolutamente distinto e independente do binômio “saúde-doença”, que é a postura adotada por outra profissão, a medicina. Terapeuta Holístico não é médico, não fala de doenças nem pede exames médicos, pois o cliente é avaliado por outro paradigma. Sem contar que nossa organização não compactua com nenhum tipo de discriminação ou preconceito”, enfatizou o CRT.

“Solução para mudar orientação sexual”

Ao Metrópoles, Gabriel Henrique de Azevêdo Veloso revelou que a clínica existe desde 2010. Sobre o “tratamento” para homossexualidade, ele afirmou que “há pessoas que não ficam satisfeitas com esse tipo de vida. Então, o tratamento é oferecido nessa perspectiva”.

Em uma parte do endereço eletrônico, sobre “como funciona a hipnose”, a empresa dizia que “a cura de doenças é realizada através da objetividade do diagnóstico e do tratamento holístico, oferecendo resultados ainda antes da 1ª sessão”. A clínica afirmava que “a hipnose também é a única solução para mudar sua orientação sexual e te livrar da atração indesejada pelo mesmo sexo”.

Após a publicação da primeira reportagem do Metrópoles sobre o caso, o empreendimento retirou a palavra “homossexualismo” da parte de serviços oferecidos no site, bem como a frase citada acima. Veja:

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A clínica Hipnoticus se manifestou sobre o caso novamente nesta segunda-feira (9/11), por meio de uma segunda nota. A empresa já havia enviado posicionamento ao Metrópoles, no último sábado, mas hoje divulgou um novo texto em seu endereço eletrônico, dizendo que “nunca foi intenção ofender minoria qualquer que seja”. Confira aqui a íntegra.

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