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Com emprego garantido, 27 refugiados venezuelanos chegam a Brasília

Eles estavam em Roraima. Parte foi selecionada para trabalhar em rede de fast-food do DF. Projeto também fornecerá abrigo temporário

atualizado

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A partir desta sexta-feira (14/8), 27 refugiados venezuelanos chegam a Brasília para reconstruir as vidas na capital federal. Denominado Operação Acolhida, o projeto é uma parceria entre instituições não governamentais e a iniciativa privada. Ele fornecerá abrigo e emprego para os migrantes do país vizinho que passa por crise humanitária.

Do total de migrantes que desembarcam no aeroporto Juscelino Kubitscheck em voos alternados, 23 pessoas formam sete famílias diferentes, enquanto os outros quatro são solteiros e viajam sozinhos. Dessa forma, um membro de cada família e todos os demais chegam ao DF com emprego garantido.

Uma dessas pessoas é a venezuelana Ismenia Elena, de 46 anos. Ela, que atravessou a fronteira entre Brasil e Venezuela sozinha, agora comemora a chance de reconstruir sua vida.

“Estou muito feliz com essa oportunidade de emprego que vai me permitir alcançar o sonho de ter uma casa, o meu cantinho, de novo.”

Mesmo numa condição desprivilegiada, Ismênia não pensa apenas em si: “Quando estiver estabilizada, quero ajudar os idosos da cidade. Era um trabalho que fazia na Venezuela e que quero voltar a fazer. Fui ajudada e, mais do que nunca, quero ajudar a quem precisa também”, revela a venezuelana.

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Residência em que família Furtado ficará já está preparada para recebê-la
Atualmente cerca de 5 mil venezuelanos continuam abrigados em Boa Vista
Todos os novos contratados passaram por entrevistas e testes de seleção realizados em Roraima
Todos os novos contratados passaram por entrevistas e testes de seleção realizados em Roraima
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Ismenia planeja fazer trabalhos voluntários com idosos em Brasília, depois que estiver estabilizada

Refugio343/Divulgação
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Residência em que família Furtado ficará já está preparada para recebê-la

Grupo LEVVO/Divulgação
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Atualmente cerca de 5 mil venezuelanos continuam abrigados em Boa Vista

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Todos os novos contratados passaram por entrevistas e testes de seleção realizados em Roraima

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Todos os novos contratados passaram por entrevistas e testes de seleção realizados em Roraima

Refugio343/Divulgação

O projeto

A oportunidade no mercado de trabalho é fornecida pelo Grupo Levvo, que possui franquias de uma rede de fast-food na qual os venezuelanos trabalharão. O processo seletivo foi conduzido quando os refugiados estavam no abrigo de Boa Vista, em Roraima, pela organização humanitária Refúgio 343, e é algo que a empresa enxerga como “muito natural”, segundo Juliana Alcântara, diretora de Gestão do grupo.

“Sempre tivemos foco no fator humano, diversidade e sustentabilidade”, diz a diretora ao Metrópoles. A empresa tem no quadro de funcionários um refugiado da Venezuela, além de quatro de outras nacionalidades.

Juliana revela, ainda, que o Levvo também fará o acolhimento de uma das famílias por meio do instituto do grupo. De acordo com a gestora, os cinco membros da família Furtado, que chegam na próxima segunda-feira (17/8), ficarão numa casa disponibilizada pelo instituto, no Novo Gama. Os outros 22 viajantes residirão em acomodação temporária na Asa Norte.

Adaptação

Segundo Guilherme Sperandio, gerente operacional do Refúgio 343, a adaptação cultural dos migrantes é um dos grandes desafios no processo de interiorização.

“Além de estarem em um país com costumes e idioma diferentes, eles também estão muito abalados psicologicamente por conta do processo de migração”, explica.

“Por isso, mantemos em Boa Vista a Escola Refúgio 343, que oferece a esses venezuelanos aulas de português, capacitações técnicas e treinamentos de habilidades comportamentais”. Dessa forma, os refugiados têm a oportunidade de inserção no mercado de trabalho e de retomar as rédeas de seus futuros.

Outra entidade que faz parte do processo de interiorização dos refugiados é a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI Brasil). O projeto proporciona moradia temporária equipada e suporte para alimentação diária durante três meses para todo o grupo interiorizado, bem como acompanhamento de assistente social em todo o processo de adaptação dos migrantes nas novas comunidades.

“Nós entendemos que essa transição merece muita atenção, já que essas pessoas estão saindo de abrigos em Boa Vista e não contam com recursos para arcar com aluguel ou outras despesas neste momento”, explica a gerente do projeto na AVSI Brasil, Thais Braga.

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