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Com 58% dos leitos de UTI vagos, Saúde do DF diz estar pronta para 2ª onda de Covid-19

A pasta conta com 408 leitos para coronavírus, incluindo os da própria rede e de hospitais privados conveniados. Desses, 196 estão vagos

atualizado

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Breno Esaki/Secretaria de Saúde
UTIs Covid-19 DF
1 de 1 UTIs Covid-19 DF - Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde

A desmobilização dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 não vai deixar a população desassistida no caso de uma segunda onda da doença no Distrito Federal. A garantia é dada pela Secretaria de Saúde do DF, que ressalta ter um plano de atuação. “A pasta está preparada para a possibilidade de uma segunda onda, que já está acontecendo em alguns países da Europa”, ressaltou a Saúde ao Metrópoles.

De acordo com dados da Sala de Situação, a rede pública conta com 408 leitos de UTI destinados a pacientes com coronavírus, incluindo os leitos da própria rede e de hospitais privados conveniados. Desses, 196 estão vagos. A taxa de ocupação gira em torno de 42%. Portanto, 58% estão desocupados.

De outubro a novembro, a taxa de média móvel vem oscilando no DF. Na segunda-feira (16/11), subiu e chegou a 9,4. Na comparação com a média móvel apurada há 15 dias, houve crescimento de 22%. Já nesta quarta-feira (18/11), a média caiu, chegando a 8,1. Na comparação com a média móvel apurada há 15 dias, houve uma queda de 1,7%, o que indica estabilidade na quantidade de mortes.

Em reunião realizada com a Liga dos Empresários do Distrito Federal (Lide-DF), o governador Ibaneis Rocha (MDB) comentou a chegada de uma eventual segunda onda do novo coronavírus.

“Nossas equipes da Saúde, assim como foi feito quando apareceu a pandemia, estão profundamente preparadas. Temos leitos hospitalares e não teremos nenhum problema se vier uma segunda onda. O que a gente espera, realmente, é que, antes dessa segunda onda, a gente consiga uma vacina, seja lá de onde vier, para que a gente possa imunizar a população de forma geral”, disse Ibaneis.

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Inquérito epidemiológico

A Secretaria de Saúde destaca a importância da desmobilização de leitos e acrescenta que “um inquérito epidemiológico será realizado para avaliar o índice de transmissibilidade e a circulação da Covid-19 no DF”.

Para o inquérito, serão aplicados 10 mil testes. A pesquisa faz parte do Plano Estratégico de Combate ao Coronavírus no Distrito Federal – Ações de Enfrentamento 2020-2021 e dará ao GDF subsídio para identificar eventuais riscos de uma segunda onda de coronavírus e adotar novas medidas de prevenção e combate à pandemia.

O novo plano de combate ao coronavírus prevê mudanças no atendimento aos pacientes vítimas da doença. O foco será nas unidades básicas de saúde, que prestam atenção primária.

“Mais 150 mil testes rápidos entregues em novembro pelo Ministério da Saúde serão disponibilizados para as unidades a fim de detectar os casos da Covid-19. Além disso, o Laboratório Central é reabastecido mensalmente com 18 mil kits”, informou a Saúde.

Força-tarefa do Ministério Público

O Ministério Público do Distrito Federal está acompanhando a desmobilização de leitos e a possível chegada de vacina contra a Covid-19 no DF de perto. A força-tarefa encaminhou ofício ao secretário de Saúde, Osnei Okumoto, em 5 de novembro, pedindo o plano de desmobilização dos leitos. O prazo de entrega é até o dia 30 deste mês.

O coordenador da força-tarefa, o procurador de Justiça José Eduardo Sabo, afirmou que o acompanhamento dos trabalhos aponta para uma decisão acertada do GDF em desmobilizar os leitos.

“A situação do número de leitos de UTI para outras doenças está preocupante. Temos hoje 76 pessoas à espera de uma UTI. Para atendimento de Covid, não há. Os esforços devem ser empreendidos para a redução dessas esperas”, afirmou o procurador de Justiça.

O plano de desmobilização foi apresentado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal em 9 de outubro, com a primeira previsão de desmontar 71 leitos, dos quais 38 são de UTI e 33 de UCI. Com isso, atualmente, o DF tem 408 leitos Covid-19.

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