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Caseiro sobre morte de padre Casemiro: “Nunca vou ficar bem”

Polícia Civil do DF prendeu dois suspeitos do crime e acredita que eles foram reconhecidos durante assalto seguido de assassinato

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
padre assassinado, padre casemiro, PCDF
1 de 1 padre assassinado, padre casemiro, PCDF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Abalado com o assassinato do padre Kazimerz Wojno, 71 anos, o caseiro José Gonzaga da Costa, 39, ainda tenta se recuperar após o terror vivido na mira de criminosos, no último sábado (21/09/2019). O homem estava junto do religioso, conhecido como padre Casemiro, quando quatro homens invadiram a residência do sacerdote e fugiram levando pertences pessoais e objetos de valor. Antes de deixar o local, o grupo assassinou o pároco com requintes de crueldade.

Assim como padre Casemiro, José foi amarrado com arames durante a ação dos criminosos. No entanto, teve a vida poupada. Em curta conversa com o Metrópoles, nesta quarta-feira (25/09/2019), ele falou pela primeira vez sobre o caso. E se mostrou aliviado a prisão de dois dos suspeitos. “Graças a Deus. Deus é bom”, disse, olhando para o céu.

Questionado sobre seu estado de saúde, o caseiro, que chegou a ser internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com escoriações,  disse estar se recuperando. “Estou melhor, graças a Deus, mas bem eu nunca vou ficar”. Cinco dias após o ocorrido, ele ainda carrega as marcas da noite do crime, como as cicatrizes nas mãos e pernas provocadas pela força com que foi amarrado pelos algozes.

Desde o episódio, José está recluso e evita ao máximo falar sobre a noite do crime. Continua morando no terreno da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte, onde ocorreu o latrocínio (roubo seguido de morte). O caseiro tem passado o dia nas dependências da igreja e só sai para ir a missas, sempre acompanhado do irmão, Célio Gonzaga da Costa.

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À reportagem, o irmão disse que também mora no terreno da paróquia, mas dormia no momento em que os bandidos chegaram. Segundo ele, o caso aconteceu logo após o religioso celebrar a missa das 18h30. Padre Casemiro tinha ido fiscalizar uma obra executada no lote.

“Meu irmão contou que eram quatro criminosos. Eles pularam a grade, mas eu não ouvi porque estava dormindo. Acordei quando meu telefone vibrou, por volta das 21h30. Foi quando ouvi meu irmão gritando socorro e fui acudir. Nesse momento, eles fugiram”, revelou Célio.

Pelo crime, a PCDF prendeu dois homens: Alessandro de Anchieta Silva, 19, e Antonio Willian Almeida Santos, 32. As prisões ocorreram nessa quarta (24/09/2019). Segundo o chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laércio Rosseto, o primeiro é apontado como autor das ameaças e agressões.

“Ele agiu com agressividade e crueldade com o caseiro. Alessandro está sendo cooperativo, mas isso não significa que ele seja menos culpado. É quem portava a arma de fogo e subjugou o Gonzaga, o agrediu com soco e imobilizou os dois”, relatou o policial.

A PCDF ainda procura outros dois suspeitos de participação no latrocínio: Daniel Souza Cruz, 29, e um adolescente. Se alguém tiver informações sobre o paradeiro de Daniel, pode acionar o 197 e fazer a denúncia de forma anônima. Eles foram flagrados pulando o muro da igreja por câmeras de segurança de um prédio próximo ao local.

Reprodução/PCDF

Segundo Laércio Rosseto, Alessandro admitiu a participação no crime, porém alegou que não queria a morte do padre. “Contudo ele estava na cena do crime, com uma arma de fogo. Estava disposto [a matar]”, pontuou o delegado, acrescentando que o artefato ainda não foi apreendido. Rosseto diz ter convicção de que os suspeitos foram identificados pelo padre no decorrer do assalto.

Os dois suspeitos, que estão presos temporariamente, foram flagrados pela PCDF no momento em que chegavam ao bairro Santa Rita de Cássia, em Valparaíso (GO), no Entorno do Distrito Federal. O carro em que eles estavam, um Opala, foi apreendido. Rosseto ressaltou que tudo indica que os criminosos sabiam da rotina da casa, já que se dividiram nos dois andares e arrombaram um cofre de 1,5 metro de altura, de concreto. Para isso, usaram ferramentas que estavam no imóvel.

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Para o delegado, que acompanhou o trabalho de investigação sobre os vestígios encontrados no local do crime, o latrocínio foi premeditado. “O que entendemos é que eles estavam indo especialmente atrás desse cofre. Eles sabiam que havia o cofre lá, usaram equipamentos que existem na própria residência, de maneira que não precisaram levar nada. É um cofre de um metro e meio, de concreto e aço, com duas portas, isso indica que foi estudado. Eles sabiam o que iriam encontrar lá”, analisou.

A detenção foi feita por investigadores da 2ª DP, com apoio da Divisão de Operações Especiais (DOE) e da Divisão de Operações Aéreas (DOA). Até um helicóptero da corporação foi utilizado para o trabalho de localização dos suspeitos. Com os detidos, a polícia apreendeu dois notebooks, três garrafas de uísque Red Label, um celular, um moletom, um relógio, uma corrente de ouro e chaves de carros. Parte dos itens estava na paróquia.

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