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Candidatos denunciam questões erradas em concurso de professor do DF

Prova realizada em 19 de dezembro para professor substituto na Secretaria de Educação teve mudança de gabarito em diversas questões

atualizado

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protesto prova 1
1 de 1 protesto prova 1 - Foto: Reprodução

Educadores do Distrito Federal que realizaram a prova para professor substituto da Secretaria de Educação em 19 de dezembro reclamam sobre o gabarito final divulgado pela banca organizadora do concurso, a Quadrix. Segundo eles, além de a prova ter sido mal elaborada, as respostas de algumas questões estariam erradas.

A reportagem do Metrópoles conversou com participantes do certame, que preferiram não se identificar. De acordo com os concurseiros, questões de atualidades e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride) tiveram problemas, por exemplo.

“Parece que a prova foi feita há muito tempo e não revisaram antes de aplicar. Teve questão da resolução nº 1 do DF que não aparecia a atualização feita em 2021”, reclamou uma professora.

Só no componente curricular de Atividades foram três questões anuladas, e mais 15 com o gabarito trocado. “Algumas não foram realmente necessárias e as justificativas também são fracas. Essa troca fez com que muita gente perdesse 12, até 15 pontos do resultado anterior”, explica um outro professor.

Uma parte dos que participaram do processo seletivo foi até a porta da Quadrix nessa segunda-feira (10/1) a fim de cobrar explicações sobre os problemas da prova.

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“Fomos na Secretaria de Educação e no prédio da Quadrix para pressionar com relação a esses gabaritos e essas correções”, diz Sabatha Borges, presidente da Associação dos Professores de Contrato Temporário do Governo do Distrito Federal (Aprotemp).

“Estamos tomando as devidas precauções para que dia 17 [data do resultado final] possamos ter resultado dessa luta em benefício dos professores com contrato temporário”

Prova “mal elaborada”

Apesar de não ter participado da manifestação, as reclamações sobre a prova são corroboradas por Maryelle Cruz, diretora da Associação em Defesa dos Direitos dos Professores Temporários do Governo do Distrito Federal (Frente Unida-DF). Conforme conta, muitas questões tinham dupla interpretação, palavras confusas e textos desencontrados.

Diante dessa situação, ela afirma que houve um movimento para conversar com representantes da Secretaria de Educação, parlamentares do DF e o Ministério Público (MPDFT). “A gente quer que essas modificações sejam reavaliadas e que seja algo justo. O que vimos até agora foram apenas justificativas vagas”, lamenta.

Veja algumas das questões da prova de Atividades, que tiveram respostas alteradas, aplicada para professores do Ensino Infantil e Ensino Fundamental I. Abaixo delas está a justificativa de educadores para que o gabarito anterior volte a ser aplicado.

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Segundo Maryelle, são vários os professores que vivem destes concursos para sobreviver. “São contratos de dois anos e muita gente trabalha a partir disso. Uma mudança tão brusca no gabarito faz com que haja uma queda muito grande de posições de pessoas que realmente estudaram”, argumenta.

 

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Distritais questionaram secretaria

Diante da repercussão, os deputados distritais Reginaldo Veras, Professor Israel, João Cardoso e Arlete Sampaio se manifestaram sobre a prova.

Entre ofícios e reuniões, todos pediram explicações à Secretaria de Educação sobre a troca de gabarito.

O que dizem os envolvidos

Quadrix

Por meio de nota, a Quadrix informou que ,”no total de aproximadamente 1600 itens de avaliação, envolvendo 37 componentes curriculares, 18 itens, do componente curricular Atividades, foram questionados por terem as respostas alteradas na divulgação do gabarito definitivo”.

De acordo com a empresa, foi adotada “uma metodologia de análise em duas etapas na revisão dos itens que sofreram alteração de gabarito. A primeira foi realizada pela banca que elaborou a prova e a segunda banca de especialistas está reavaliando cada item”.

O instituto destacou ainda que tem “compromisso com a qualidade técnica, a ética e a transparência na organização e aplicação de provas de concurso para os setores públicos e privados, bem como seu profundo respeito aos candidatos e professores”.

Secretaria de Educação

A Secretaria de Educação também divulgou nota em que afirma ter se reunido com a banca examinadora do certame, “solicitando que as críticas apontadas sejam examinadas e esclarecidas, com vistas a aferir eventuais impropriedades”.

Segundo a pasta, “se os apontamentos ou questionamentos levantados se mostrarem pertinentes, a Secretaria avaliará as medidas cabíveis para o pleno saneamento da seleção”.

Ainda de acordo com a secretaria, uma posição final sobre o caso será dada até 17 de janeiro, data do resultado final da prova.

Ministério Público

Já o MPDFT disse que “recebeu representação sobre o tema por meio da Ouvidoria. O assunto está em análise.”

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