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Câmeras de segurança mostram homem mexendo em carro de policial morto

Raimundo Alberto Lago Rosa, tinha 69 anos e foi achado com uma poça de sangue escorrendo pela porta do apartamento.

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
O guincho da perícia retirando o carro da vítima do estacionamento do bloco
1 de 1 O guincho da perícia retirando o carro da vítima do estacionamento do bloco - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Câmeras de segurança do prédio onde morava o policial aposentado encontrado morto nesta segunda-feira (26/9), na 411 Norte, mostram um homem mexendo no carro da vítima logo após o crime. Raimundo Alberto Lago Rosa, tinha 69 anos e foi achado caído sobre uma poça de sangue, que escorreu por debaixo da porta do apartamento.

Inicialmente a vítima foi identificada como policial federal, mas o Metrópoles apurou que ele pertence ao quadro da Polícia Civil do Amapá como datiloscopista.

Segundo informado por uma das vizinhas, uma jovem de 20 anos, o odor pútrido que vinha da residência do policial estava muito forte durante a tarde. Policiais arrombaram a porta do apartamento e encontraram Raimundo já morto.

A família dele ainda não sabe o que ocorreu, mas conseguem imaginar a hipótese de assassinato. De acordo com um dos irmãos, Raimundo “amava a vida” e “não queria morrer”.

Segundo Fabiano Lago Rosa, 54, o irmão passou por uma infiltração no pé na última semana e, já na sexta-feira (23/9), foi difícil conversar com ele. “Na sexta o telefone estava desligado, mas sábado ele conversou com meu sobrinho. Chegou a dizer que ia mandar um dinheiro”, relembra. No mesmo dia, Raimundo falou com um motorista amigo da família, afirmando que, por conta das dores, não sairia de casa no fim de semana.

Já no domingo, o policial federal aposentado ficou incomunicável. A irmã, que mora na França, ligou, como faz todos os domingos, mas não conseguiu contato. “Na segunda ela me ligou desesperada. Disse que tinha tentado contato o dia inteiro e não conseguiu”, explica Fabiano.

Parte da família chegou a procurar pelo homem em hospitais, mas quando funcionários do prédio foram até o apartamento, viram uma poça de sangue próxima à porta e chamaram a PMDF, que arrombou o local e encontrou o corpo.

Segundo Fabiano, o irmão nunca relatou ter sofrido qualquer tipo de ameaça, mas a família se preocupava com ele. “A gente sempre falava: ‘Cuidado com suas companhias, com quem você leva para casa’. Essas coisas são terríveis. A gente pensa que não vai acontecer com a gente, mas acontece”, lamenta.

Fabiano diz ter certeza que ocorreu um assassinato e espera que o responsável seja identificado e preso. “Alguém matou cruelmente, na maldade mesmo. Eu ainda não vi, mas a polícia vai ter acesso, e as câmeras com certeza vão mostrar alguma coisa”, afirma.

O caso

Raimundo Alberto Lago Rosa morava no 1º andar, e vizinhos disseram não ter escutado nada nos últimos dias que indicasse anormalidade dentro do apartamento.

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Segundo as colegas, um dos irmãos de Raimundo pediu para que fossem verificar o estado de saúde dele, pois não respondia desde a última sexta-feira (23/9). “O irmão pediu para a gente verificar, mas, quando a gente chegou, a polícia já estava aqui com a irmã e a sobrinha”, contam.

Quatro colegas de trabalho que não quiseram se identificar relataram que o contato com Raimundo diminuiu durante a pandemia. “Ele era uma pessoa muito querida dentro da Secretaria de Representação do Estado do Amapá. Ele trabalhava muito, mas com a pandemia, e por conta da idade, deixou de ir todos os dias”, afirmam.

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