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Após morte de paciente, CRM-DF cassa registro de “Dr. Bumbum”

A ação, segundo Conselho Regional de Medicina, tramita em sigilo processual. O médico está foragido

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Doutor Bumbum
1 de 1 Doutor Bumbum - Foto: Reprodução/Facebook

O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou nesta quinta-feira (19/7) o registro de Denis César Barros Furtado, 45 anos. Em março de 2016, “Doutor Bumbum”, como é conhecido, foi alvo de interdição cautelar para o exercício da profissão – a medida, porém, foi suspensa três meses depois pela Justiça. A ação, segundo a entidade, tramita em sigilo processual. O médico está foragido.

“O processo ético-profissional ao qual ele respondia no CRM-DF foi concluído, com a decisão de cassação do exercício profissional, que deve ser, obrigatoriamente, submetida ao Conselho Federal de Medicina (CFM). Estão sendo cumpridos os prazos e as etapas administrativas previstas na legislação competente”, informou a instituição em nota.

A prisão temporária de Denis foi decretada pela Justiça do Rio de Janeiro no inquérito policial responsável por apurar a morte de Lilian Calixto. A bancária viajou de Cuiabá (MT) ao Rio de Janeiro para submeter-se a procedimento estético feito por Furtado.

A mulher, de 46 anos, faleceu nesse domingo (15), após ser atendida pelo médico em cobertura localizada na Barra da Tijuca (RJ). De acordo com parentes, a vítima fez a viagem com o objetivo de aplicar silicone nas nádegas. Em depoimento, familiares relataram que a cirurgia seria realizada em Brasília, mas acabou transferida para o Rio de Janeiro de última hora.

Lilian Calixto teve complicações e foi encaminhada pelo próprio “especialista” para um hospital particular próximo. Chegou ainda lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão. Em seguida, o quadro da paciente se agravou e ela sofreu quatro paradas cardíacas. Após uma hora, morreu.

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Histórico
O médico é alvo de, ao menos, 15 ocorrências policiais registradas no Distrito Federal entre 2011 e 2018. A maioria das denúncias refere-se à falsidade ideológica, a crimes contra o consumidor e exercício ilegal da profissão.

Os registros foram feitos nas delegacias do Lago Sul, Asa Norte e na Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraude (Corf). Também está sendo investigado pela Polícia Civil do DF por cometer crimes contra a ordem tributária.

De acordo com um dos inquéritos instaurados na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), Denis Furtado cobrava caro por consultas e procedimentos, mas não emitia notas fiscais. Ainda com base nas diligências, o médico também adquiria veículos de luxo para, possivelmente, ocultar os rendimentos.

Em novembro do ano passado, o suspeito foi alvo de uma operação da 10ª DP e acabou preso por posse e porte de três armas de fogo. Duas foram apreendidas na casa onde o médico morava. A terceira ele carregava para uma clínica clandestina localizada na QI 23 do Lago Sul.

Os investigadores comprovaram que o “Doutor Bumbum” alugou a residência para atender e operar as clientes. O local não tinha alvará, licença da Vigilância Sanitária e autorização junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM). A mãe dele, Maria de Fátima Barros, médica com o registro cassado no DF, também atuava na casa. Furtado também é alvo de outras apurações por parte do CRM.

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