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Alunos da UnB protestam após receberem comida com larvas e insetos

Alunos em situação de vulnerabilidade afirmam que alimentação fornecida pela universidade vem com bichos, cabelo e plásticos

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
estudantes com faixas em via
1 de 1 estudantes com faixas em via - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Alunos da Universidade de Brasília (UnB) que moram na Casa do Estudante Universitário (CEU) fizeram um protesto na via L2 Norte, perto do Hospital Universitário (HUB), na tarde desta segunda-feira (29/3). Eles reclamam da falta de qualidade da comida fornecida pela instituição.

Desde janeiro, os estudantes reclamam internamente das marmitas oferecidas, que, segundo eles, já vieram com cabelos, plástico, larvas e até insetos. Os universitários pedem que a UnB forneça auxílio-alimentação em pecúnia, como já faz para os estudantes em situação de vulnerabilidade social que não moram na CEU.

“Fizemos reuniões com a UnB e abriram um processo administrativo. A gente só quer que acabe a comida ruim, queremos fazer nossa própria comida como todos os outros estudantes”, afirma a aluna de direito Johanny Cássia, um das organizadoras da mobilização estudantil.

Com faixas e cartazes, os moradores da CEU foram até a L2 Norte, por volta das 15h, na altura da 405, em frente ao HUB. Depois, às 16h30, os estudantes protestaram em frente à reitoria da instituição.

Os cartazes diziam: “A CEU pede socorro”, “Moradores da CEU na rua, UnB a culpa é sua”, “Cabelo não é tempero”, “Queremos estudar, mas precisamos nos alimentar”.

Veja fotos do protesto:

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Veja imagens das marmitas fornecidas aos estudantes:  

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Outro lado

A reportagem procurou a UnB para comentar o protesto dos estudantes. A instituição afirma que acompanha, com cautela e responsabilidade administrativa, as denúncias relativas à qualidade das marmitas entregues pela Sanoli, empresa que fornece os alimentos.

Segundo a UnB, a primeira reclamação formal sobre contaminação física (plástico, cabelo, etc.), foi feita em 10 de março. “A universidade notificou a empresa, que respondeu dentro do prazo legal”, afirmou. Com a resposta, a UnB encaminhou o processo para a aplicação, dentro dos limites contratuais, da sanção administrativa “Advertência”.

Em 20 de março, a UnB recebeu nova reclamação de contaminação física, dessa vez sobre a presença de larvas na salada. Novamente a UnB teria notificado a empresa, que teve prazo legal, por força da regulamentação, para responder.

“A partir de agora, comprovadas novas infrações, a universidade deverá abrir processo administrativo para aplicação da progressão da sanção administrativa, possivelmente multa pela recorrência (a ser aplicada proporcionalmente sobre o valor da fatura)”, afirmou a instituição, em nota.

A universidade enfatizou estar atenta a todos os desdobramentos dos casos relatados, em diálogo com os discentes, com a empresa e com as equipes técnicas de fiscalização nos espaços institucionais. “Informamos, ainda, que está em fase final a licitação para contratação da nova empresa prestadora de serviços”, concluiu a UnB.

Perguntada sobre a manifestação dos alunos, a Sanoli afirmou que atende à legislação vigente, inclusive as normas da Vigilância Sanitária, e mantém todos os controles necessários, que são diariamente monitorados por profissional técnico habilitado.

A empresa disse que “sempre alertou à UnB que a ‘distribuição de refeições para consumo externo’ permite que as mesmas sejam consumidas a qualquer tempo, inviabializando a mitigação de riscos de contaminação e, por consequência, a manutenção da propriedade e qualidade dos alimentos”.

Ainda segundo a empresa, as reclamações teriam “inconsistências fáticas instransponíveis”, que não permitiriam dizer em que momento essas situações ocorreram. Além disso, afirmou que todas as reclamações são devidamente averiguadas e nenhuma análise de amostras apontou qualquer não conformidade nas refeições fornecidas.

A empresa lembrou ainda que os processos são acompanhados de perto pelos fiscais da UnB, que têm realizado vistorias diárias na Sanoli, bem como a Vigilância Sanitária, que faz visitas periódicas, “não havendo qualquer apontamento que denote descontrole ou falta de cuidado”.

“Cumpre lembrar que, ao longo de toda a execução do contrato, ou seja, há mais de 5 anos, jamais houve qualquer problema com a alimentação fornecida”, afirmou a empresa. A Sanoli diz ainda que não se opõe a concessão de auxílio-alimentação aos estudantes e que “tal intenção já foi objeto de reuniões, [… e que o auxílio-alimentação] aplacaria as ‘denúncias’ infundadas de inconformidades”, conclui a empresa.

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