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Alunos da rede pública farão prova para avaliar prejuízos da pandemia

Provas, que serão aplicadas em março, vão avaliar nível de aprendizagem e prejuízos em decorrência da pandemia nos alunos da rede no DF

atualizado

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GDF/ Reprodução
Secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá
1 de 1 Secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá - Foto: GDF/ Reprodução

A secretária de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, anunciou, nesta quarta-feira (9/2), as diretrizes para a volta às aulas 100% presenciais no DF. Uma novidade divulgada pela chefe da pasta diz respeito a uma avaliação diagnóstica, que terá o objetivo de identificar os prejuízos na alfabetização das crianças.

A decisão da secretaria de Educação do DF é baseada num a nota técnica elaborada pela entidade Todos Pela Educação, que revela uma situação “extremamente delicada”.

“Houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que não sabe ler e escrever. O número passou de 1,4 milhão em 2019 para 2,4 milhões em 2021”, diz Hélvia, citando o estudo, que revela dados nacionais.

Produzida com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2012 a 2021, a nota técnica “Impactos da pandemia na alfabetização de crianças” compara os números correspondentes ao terceiro trimestre de cada ano e confirma os efeitos negativos da pandemia de Covid-19 sobre a Educação Pública brasileira.

“O foco do início do ano letivo é a recomposição das aprendizagens perdidas (durante a pandemia)”, avalia Paranaguá.

Segundo a subsecretaria de ensino básico, Solange Foizer, a avaliação pedagógica é planejada desde outubro do ano passado. “Todos os estudantes a partir do 2º ano do ensino fundamental, até o 3° ano do ensino médio, incluindo alunos da Educação de Jovens e Adolescentes (EJA) farão a prova”, detalha Solange.

As provas serão aplicadas em 15 e16 de março. “Os resultados devem estar disponíveis em 18 de março”, completa a subsecretária.

Segundo a secretária de Educação do DF, a ideia da avaliação não é retroceder nenhum aluno matriculado na rede pública de ensino. “A partir deles ajustaremos os planejamentos destinados às unidades curriculares”, diz Solange.

Todos Pela Educação

De acordo com a nota técnica do Todos Pela Educação, a pandemia reforçou a diferença entre crianças brancas e crianças pretas e pardas. Os percentuais de crianças pretas e pardas de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever passaram de 28,8% e 28,2% em 2019 para 47,4% e 44,5% em 2021, respectivamente. No caso de crianças brancas, o aumento foi de 20,3% para 35,1% no mesmo período.

Também no estudo é possível visualizar uma diferença relevante entre as crianças residentes dos domicílios mais ricos e mais pobres do país. Dentre as crianças mais pobres, o percentual das que não sabiam ler e escrever aumentou de 33,6% para 51,0%, entre 2019 e 2021. Dentre as crianças mais ricas, o aumento foi de 11,4% para 16,6%.

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