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Na crise dos combustíveis, Petrobras turbina propaganda

Em 2021, a empresa dobrou os gastos com anúncios nos canais abertos de televisão. Valor foi de R$ 52,6 milhões para R$ 104,1 milhões

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Aline Massuca/ Metrópoles
Prédio da Petrobras - Metrópoles
1 de 1 Prédio da Petrobras - Metrópoles - Foto: Aline Massuca/ Metrópoles

Com a imagem desgastada pelas críticas aos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis, a Petrobras turbinou seus gastos com publicidade no ano passado, atingindo valor recorde no atual governo.

Balanço da companhia mostra que foram investidos R$ 138 milhões em propaganda em 2021, um aumento nominal (sem considerar a inflação) de 89% em relação a 2020, quando foram destinados R$ 72,8 milhões para peças publicitárias, principalmente em TV e internet.

No período, a Petrobras dobrou os gastos com anúncios nos canais abertos de televisão, como o SBT, a TV Record, a Rede TV e a Rede Globo. O valor saltou de R$ 52,6 milhões para R$ 104,1 milhões. A estatal não divulga quanto foi pago para cada empresa.

Assim como faz a Secretaria Especial de Comunicação, vinculada ao Ministério das Comunicações, a Petrobras também pagou cachê para apresentadores de TV alinhados com o bolsonarismo, como Tino Júnior e Ernani Alves, ambos da TV Record no Rio de Janeiro.

A emissora é controlada pelo bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. Na política, a corrente evangélica comanda o Republicanos, partido aliado do governo Bolsonaro e que filiou o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas para lançá-lo candidato ao governo de São Paulo.

Os gastos da Petrobras com anúncios distribuídos pela internet, por meio de plataformas como Google e Facebook, também quase dobraram e chegaram a R$ 23,6 milhões no ano passado. Já as despesas com publicidade em veículos tradicionais, como jornais e revistas, foram cortadas no atual governo. Os gastos deste ano ainda não foram divulgados.

A Petrobras tem contrato com duas agências de publicidade responsáveis por elaborar as peças de propaganda. O valor dos negócios gira em torno de R$ 550 milhões. O aumento dos gastos com anúncios em 2021 coincidiu com a escalada dos ataques feitos por Bolsonaro e seus apoiadores contra a empresa.

A crise dos combustíveis já levou o presidente da República a trocar o comando da companhia quatro vezes. O último deles, José Mauro Coelho, pediu demissão na última segunda-feira, após forte pressão do Palácio do Planalto e de líderes do Centrão, como o presidente da Câmara, Arthur Lira. O indicado para o posto é o atual secretário de Desburocratização, Caio Paes de Andrade, próximo do ministro da Economia, Paulo Guedes.

No ano passado, depois da demissão de Roberto Castello Branco, a estatal lançou uma grande campanha publicitária para explicar como funciona a composição do preço dos combustíveis. “Você sabe quanto a Petrobras recebe hoje para cada litro de gasolina que você compra no posto?”, dizia a propaganda.

Mais recentemente, após Jair Bolsonaro criticar a distribuição de lucros pela Petrobras aos seus acionistas, as peças publicitárias passaram a expor os programas ambientais e sociais da companhia, como o de redução de emissão de carbono e o de doação de botijões de gás para famílias carentes.

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