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Sex Education: três lições para aprender com a série da Netflix

Fiel ao nome, a produção ensina muita coisa. Confira as melhores discussões do seriado

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1 de 1 images15 - Foto: Reprodução/ Netflix

Um ano depois da sua estreia bem-sucedida, Sex Education está de volta. A segunda temporada foi lançada no dia 17 de janeiro. A Netflix lançou outros oito episódios da série que brinca com a sexualidade mas também educa.

A série é fiel ao nome. Há muito para aprender com Sex Education. Como na temporada anterior, os episódios nos permitem conhecer diversas componentes da sexualidade humana. Bissexualidade, pansexualidade, assexualidade, fetiches e muito mais. Tudo é abordado de forma bem-humorada e, sobretudo, natural.

É essa a grande mensagem da série: a sexualidade é normal e não se deve ter vergonha da própria identidade. Mas tem mais: o prazer feminino, a violência sexual, o trauma, o medo da descoberta pessoal, o dilema do divórcio… Um pouco de tudo, sempre bem representado e analisado. 

A honestidade é a distingue de outras séries sobre grupos de adolescentes. Não exagera nem desvaloriza componentes essenciais que cada um enfrenta. Não tenta chocar só por chocar nem se leva demasiado a sério. Fundamentalmente, contém pelo menos uma lição para qualquer espectador, seja ele miúdo ou graúdo. Confira três assuntos importantes debatidos na produção:

A, pan e bi

Os conceitos de assexualidade, pansexualidade e bissexualidade aparecem de forma sutil na série. A Dra. Jean Milburn (Gillian Anderson) começa a trabalhar no colégio para ajudar os adolescentes com as dúvidas sobre sexo. No quarto episódio, a personagem Florence se sente diferente dos colegas por não ter vontade de fazer sexo e diz para a terapeuta: “Não quero fazer sexo de jeito nenhum […] Acho que tenho um defeito”.

Jean responde: “Sabe o que é assexualidade? É quando alguém não tem atração sexual por nenhum sexo ou gênero. Sexo não é interessante para algumas pessoas”.

“Mas ainda quero me apaixonar”, diz Florence. E Jean explica: “Algumas pessoas assexuais também querem relacionamentos românticos, mas sem o sexo. E outras não querem nenhum dos dois. A sexualidade é fluida. Sexo não nos completa. Sendo assim, como poderia ter algum defeito?”.

Já a personagem Ola (Patricia Allison) começa a ter sonhos eróticos com Lily (Tanya Reynolds) ainda enquanto namora Otis e pensa que há algo de errado com ela. Durante um expediente, ela desabafa com Adam, que sugere a ela que pesquise no Google sobre isso. Ola acaba encontrando um teste na internet que promete ajudá-la a descobrir qual a sua sexualidade. 

A primeira pergunta é: “Você repara mais em homens ou mulheres na rua?”. Ela escolhe: “Nos dois. Achei que todos reparassem. […] Sou pansexual, aparentemente. […] Pansexual significa que você se atrai pela pessoa, não pelo sexo ou gênero. Tem a ver com a conexão que tem com a pessoa e não com os genitais dela”.

É possível que a terceira temporada trate ainda mais sobre a pansexualidade, até porque Lily e Ola começaram a namorar, o que não foi tão explorado. Inclusive, a sexualidade de Lily pode ser pauta em futuros episódios. 

Diferentemente dos outros dois [panssexualidade e assexualidade], a bissexualidade acompanha a evolução do personagem Adam (Connor Swindells). Desde a primeira temporada, Adam se sente muito atraído por Eric (Ncuti Gatwa) – e logo, se apaixona. Mas, o personagem sente muita dificuldade em se entender como bissexual e só assume para Ola no oitavo episódio da segunda temporada. 

Adam foi apaixonado por Aimee (Aimee Lou Wood) durante a primeira temporada e finalmente na segunda entende que o fato dele gostar de Eric não anula os sentimentos que ele teve pela ex-namorada. Ainda, é possível que a terceira temporada explore mais a bissexualidade de Adam – que assim como a de Lily pode ser pauta para os futuros episódios. 

Abuso sexual

Um dos momentos mais emocionantes da segunda temporada de Sex Education acontece no sétimo episódio: Aimee, na detenção com Maeve (Emma Mackey), Ola, Lily, Olivia (Simone Ashley) e Viv (Chinenye Ezeudu), se abre sobre o abuso sexual sofrido no ônibus, quando um desconhecido se masturbou e ejaculou na sua perna. 

Todas as outras garotas, então, compartilham histórias de abuso: uma foi perseguida enquanto voltava para casa; uma foi apalpada enquanto descia do metrô; e outra, quando era criança, foi alvo de um homem exibiu o pênis em uma piscina pública. 

São experiências com as quais, infelizmente, toda mulher pode se identificar e que volta e meia aparecem em conversas com amigas próximas. Mas o grande poder da cena está em mostrar que, por mais diferentes que as personagens sejam, há experiências que as unem.

No fim das contas, as seis garotas se juntam para ajudar Aimee a superar o medo de andar de ônibus e sentam com ela no caminho para a escola. É um desfecho lindo e que define bem o conceito de uma das palavras da moda: sororidade.

A história de Aimee é relevante para entendermos que cada pessoa lida com os traumas de uma forma e que não há nada errado em tomar o tempo necessário para se recuperar. Mas vale lembrar que é igualmente importante buscar ajuda de um profissional especializado, como terapeuta ou psicólogo (ponto não abordado na série, mas que pode ser explorado em temporadas futuras).

Todo mundo está no mesmo barco

Com tanta gente bonita e bem resolvida nas redes sociais, é fácil se sentir um ET por não estar sempre com a autoestima nas alturas, não ter o “corpo perfeito” ou cultivar gostos que fogem do convencional. Mas dúvidas, inseguranças e sentimentos de inadequação são absolutamente comuns – e Sex Education faz um ótimo trabalho ao mostrar que ninguém está sozinho. 

Afinal, se até Jean (Gillian Anderson), que é terapeuta sexual, sofreu por coração partido e foi pega de surpresa por uma gravidez, quem somos nós para não ter nenhuma “noia”? Não precisamos nos sentir culpados nem estranhos por isso.

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