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Hipocrisia? 13% prefere a traição do que a não-monogamia

Levantamento mostra que algumas pessoas preferem que haja traição dentro da monogamia do que aderir à não-monogamia

atualizado

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Peter Cade/Getty Images
Casal deitado na cama enquanto amante sai escondido - Metrópoles
1 de 1 Casal deitado na cama enquanto amante sai escondido - Metrópoles - Foto: Peter Cade/Getty Images

Se você pudesse escolher, iria preferir viver um relacionamento não-monogâmico ou trair seu(a) parceiro(a) dentro do relacionamento monogâmico? Ainda que a resposta possa parecer óbvia e até intuitiva, há quem prefirar trair do que viver um amor livre.

De acordo com um levantamento feito pelo site de relacionamentos extraconjugais Gleeden, 13% das pessoas prefere ser infiel em uma relação monogâmica do que tentar viver uma dinâmica mais liberal de relacionamento.

Ainda segundo a pesquisa — que foi realizada entre os usuários da plataforma —, os motivos para isso seriam alguns. Enquanto 44% das pessoas não querem que seus parceiros fiquem com mais ninguém (apesar de eles mesmos ficarem), 30% acha melhor não saber que o parceiro se relaciona com outras pessoas e 24% tem medo de perder o companheiro.

É fato que em uma sociedade que prega o falso moralismo, muitas pessoas — principalmente homens heterossexuais — sentem dificuldade em lidar com a liberdade sexual da parceria, ao mesmo tempo em que valorizam e querem exercer a sua.

“A monogamia sempre foi muito feminina e, agora, está cada vez mais nítido que as mulheres estão discutindo e questionando a sexualidade e querem essa abertura do relacionamento”, explica a sexóloga Carolina Freitas.

Já existe o entendimento que, evolutivamente, o ser humano não é monogâmico. Contudo, a monogamia foi implantada na sociedade primeiramente com o viés da propriedade privada. No livro Amor na Vitrine, Regina Navarro explica que, com a descoberta de que o homem fazia parte da fecundação, surgiu a ideia de “herdeiro”.

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Assim, a mulher passou a ser propriedade do homem, uma vez que eles sempre puderam ter filhos fora do casamento, mas tinham medo de que suas esposas dessem à luz filhos de outro homem e estes recebessem suas heranças. Nesse momento, a mulher passa a viver uma monogamia forçada.

No que diz respeito a desejo sexual, é importante ressaltar que seres humanos são biopsicossociais. Ou seja, o tesão acontece nos prismas biológicos, psicológicos e sociais. Biologicamente, o desejo é um impulso que pode ou não ter sua manifestação barrada por processos psíquicos e culturais.

“A monogamia nos impõe a seleção de um parceiro sexual e um acordo de exclusividade. Contudo, prometer não transar com outras pessoas não garante que não existirá o desejo sexual por outras pessoas”, explica a terapeuta sexual Lorena Muniz.

Sabendo disso, muitos casais decidem abraçar essa realidade, sabendo que o sentimento que existe na relação a dois independe do desejo sexual sentido e até mesmo vivido com outras pessoas. Mas há que se ressaltar que, de forma mais abrangente, a não-monogamia trata não só do aspecto sexual, mas também do afetivo.

“Muita gente acha que a não monogamia é só sobre poder ficar e transar com outras pessoas, e isso é uma visão muito limitada. A não monogamia, além de uma escolha afetiva e sexual, é uma escolha política. Diz respeito a valores muito maiores, quebrar a ideia de posse e entender que não somos donos dos desejos e da individualidade do parceiro e nem de ninguém”, explica a especialista em sexualidade positiva Lua Menezes.

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