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Entenda como o sexo de manutenção funciona e saiba porque buscar ajuda

Vale fazer sexo sem desejo só para manter o casamento? Especialistas aconselham casais a alinhar expectativas com terapia

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Tem gente que faz sexo só por desejo. Existe quem não consiga transar só por tesão e precisa de alguma conexão com a parceria. Mas tem também, aqueles casais, independente do tempo que estejam juntos, que o fogo vira só uma pequena chama, ou apaga. E aí? Como lidar com impulsos sexuais diferentes?

Recentemente, a apresentadora Titi Müller declarou que o fim de seu relacionamento estava ligado ao fim da libido enquanto casal. Especialistas concordam que após determinado tempo juntos, a pulsão sexual do casal pode acabar mudando e desfazem a sintonia inicial. 

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A solução sempre está no diálogo entre a parceria. Mas a teoria é mais fácil que a prática. Muitos casais apenas seguem a linha mais rápida e optam pelo sexo de manutenção: um tipo de agendamento prévio do sexo.

Apesar de não ser uma prática nova, o assunto veio a tona após a modelo americana Caprice Bourret aconselhar mulheres heterossexuais a praticarem esse tipo de sexo com os maridos, mesmo quando estão sem vontade, a fim de fazer a manutenção do casamento e agradar a parceria. O assunto é polêmico, envolve além da libido, questões de gênero e consentimento.

Para a terapeuta sexual Thalita Cesário, fazer sexo sem vontade pode acabar acarretando em mais problemas para a vida sexual do casal: “É bem preocupante que em 2021, essa ideia de sexo de manutenção ainda seja reforçada. Já que envolve questões que incluem saúde mental e autoestima”, posiciona-se e acrescenta que manter esse tipo de relação pode contribuir para futuras disfunções sexuais e consequentemente problemas de autoestima que também afetarão a vida da mulher em outras áreas da vida. 

Solução ou mais problemas?

Existe uma lacuna grande quando se fala em sexo agendado e sexo de manutenção. De acordo com a psicóloga e sexóloga Michelle Sampaio,  o planejamento do sexo pode ajudar casais que estão perdendo o desejo: “Com a rotina corrida, as alterações do desejo, até uma diminuição da libido, faz com que algumas pessoas decidam colocar no calendário quando irão transar”, explica. Mas ela alerta que a prática, apesar de agendada, deve ser feita com vontade e consentimento dos envolvidos.

Thalita reforça que, caso não seja da vontade dos dois, os prejuízos  abarcam problemas físicos e psicológicos: “Dor na relação sexual, vaginismo e desejo hipoativo estão inclusos na lista de disfunções que podem surgir”, pontua. 

 

Incompatibilidade de libido

Nesse caso, quando os desejos do casal são flutuantes, a orientação das especialistas é a mesma: “Procurar ajuda profissional”. Thalita lembra que além de o sexo de manutenção não ser uma saída para problemas de incompatibilidade de desejo, a prática só reforça o quanto o casal está desconectado. E a saída é buscar ajuda: “Nos casos de inadequações sexuais, o ideal é que o casal busque ajuda profissional para entenderem sobre suas expectativas, suas visões em relação a sexo, prazer e satisfação, e entender que não podemos projetar todo nosso prazer e autonomia sexual no outro”, esclarece.

Dia do sexo agendado

Casais que buscam afinar a sintonia, respeitando um ao outro, podem recorrer ao dia do sexo. Michelle Sampaio explica que é uma saída, desde que acordada entre os envolvidos: “Criar um dia do sexo e neste dia eles já irão acordar pensando sobre o assunto, conversar sobre o horário que irão transar, podem trocar mensagens ao longo do dia e estimular o pensamento erótico”, aconselha a especialista.

 

Vale lembrar que cada caso é um caso. E tudo bem chegar no dia agendado e não sentir vontade. A ideia é estimular o prazer do casal e fazer com que o fogo não apague. Mas não deve ser obrigação para nenhum dos lados.

E o mais importante: Não faça nada que você não queira fazer ativamente.

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