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PF diz que Ramagem usou cargo de deputado para saber de investigação

Pedidos de informações sobre a investigação enviados por Ramagem à PGR, CGU e Abin são citados pela PF como tentativa de interferência

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ)
1 de 1 Deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) afirma que Alexandre Ramagem, alvo de mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (25/1), usou o cargo de deputado federal para conseguir informações sobre investigações decorrentes do monitoramento ilegal de autoridades.

Segundos PF, no período em que comandou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo de Jair Bolsonaro, Ramagem incentivou o uso da ferramenta First Mile para monitorar as atividades de jornalistas, políticos e integrantes do Judiciário.

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“A Polícia Federal aponta que Alexandre Ramagem utilizou de sua posição de diretor-geral da Abin para incentivar e encobrir a utilização indevida da ferramenta First Mile, bem como – aponta a natureza gravíssima – da sua posição de parlamentar para requisitar informações sobre as investigações subsequentes”, diz o ministro Alexandre de Moraes, na decisão que autorizou a operação da PF contra Ramagem.

Integrante da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência da Câmara dos Deputados, Ramagem usou o posto para enviar requerimentos à Procuradoria Geral da República (PGR), Controladoria Geral da União (CGU), PF e Abin solicitando informações sobre a investigação do uso indevido do First Mile, na qual estava diretamente envolvido.

“Os questionamentos encaminhados, inclusive, poderiam ter sido respondidos pelo deputado federal Alexandre Ramagem, posto que o uso do sistema First Mile se deu precipuamente sob sua gestão. A premissa é verificável na ação subsequente posto que, ao tempo em que requer na condição de membro do CCAI, informações acesso à dados sensíveis da investigação se coloca à disposição para os devidos esclarecimentos na investigação. A estratégia, ao que parece, não é a plena colaboração com a investigação, mas evitar qualquer medida ostensiva sob a justificava de plena colaboração”, observa a PF, no pedido de autorização da operação desta quinta-feira.

Para a PF, os requerimentos são uma tentativa de Ramagem de interferir nas investigações. Em junho do ano passado, Ramagem esteve reunido com o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa. O encontro aconteceu em meio à CPI do 8 de Janeiro, que apurou uma suposta omissão da agência nas invasões às sedes dos Três Poderes.

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