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Policial punido por Derrite comprou apartamento com grana do PCC

Pagamentos do PCC a agentes chegavam a R$ 300 mil por ano; policial teve aposentadoria cassada por Derrite

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Derrite PCC Delegacia
1 de 1 Derrite PCC Delegacia - Foto: Reprodução

O policial civil Renato Pexeiro Pinto, punido pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, com a cassação da aposentadoria, usou a propina recebida do Primeiro Comando da Capital (PCC) para comprar um apartamento. As investigações da Corregedoria de Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontaram inconsistências entre os ganhos do servidor e o valor do imóvel, localizado em Campinas (SP) e adquirido por R$ 312,3 mil.

Conhecido como “Peixe”, o policial foi condenado, ao lado do agente Mark de Castro Pestana, o “Max”, por improbidade administrativa por receber uma mesada de R$ 5 mil de traficantes ligados ao PCC. Em troca, eles passavam informações privilegiadas aos criminosos e permitiam o tráfico na região do bairro Jardim São Fernando, em Campinas, onde atuavam. Max foi punido por Derrite com a perda do cargo público.

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PCC pagava propina a agentes para manter o tráfico
Policial atuava no 10º Distrito Policial de Campinas
PCC orientou votos de familiares e amigos de integrantes em São Paulo
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Derrite puniu policiais envolvidos com o PCC

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PCC pagava propina a agentes para manter o tráfico

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Policial atuava no 10º Distrito Policial de Campinas

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Segundo o inquérito, Peixe não conseguiu comprovar a origem do dinheiro usado na compra do apartamento. “A aquisição se deu por R$ 312.300,00, sendo que R$ 67.000,00 teriam sido financiados. Porém, o servidor teria que dispor da quantia de R$ 245.300,00 e só apresentou como fonte a venda de outro imóvel, que seria de R$ 101.101,00, havendo necessidade do aporte suplementar de R$ 144.199,00. Por falta de informações suficientes, foram requisitadas as informações do servidor, mas não foram apresentadas”, apontou o MPSP.

A relação dos dois policiais com o PCC foi revelada por escutas telefônicas instaladas pelo MPSP em outra investigação. Nas conversas gravadas, os traficantes citam os pagamentos feitos a Peixe e Max. A propina também foi confirmada em depoimento prestado pelo traficante Agnaldo Aparecido da Silva Simão, conhecido como “Codorna”, à Corregedoria de Polícia Civil.

No depoimento, Codorna “confirma que realmente Renato Peixeiro Pinto recebia mensalmente vantagem indevida para garantir a impunidade de traficantes de drogas do bairro São Fernando em Campinas”. Era o traficante quem repassava o dinheiro aos agentes. “Renato recebia vantagem indevida desde o começo do ano de 2010. [Codorna] Esclarece que Renato recebia R$ 2.500,00 a cada quinze dias e ele comentava que o dinheiro era para não mexer no ponto de drogas do bairro Jardim São Fernando”, diz o relatório da Corregedoria.

“Renato Peixeiro Pinto também recebia a importância de R$ 14.000,00, que ele dizia ser destinada a policiais civis da DISE [Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes] de Campinas, com o propósito de garantir que os policiais da DISE não mexessem no ponto de tráfico de drogas do bairro São Fernando”, afirmou o traficante. Por ano, Peixe e Max chegavam a receber R$ 300 mil em propina do PCC.

Peixe e Max foram presos em junho de 2013, quando estavam lotados no 10º Distrito Policial de Campinas. Em 2015, foram libertados mediante habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Em 2019, os policiais foram condenados à perda da função pública, suspensão de direitos políticos e proibição de contratar com o poder público por 5 anos. Renato Pexeiro Pinto também foi condenado a devolver R$ 144,1 mil aos cofres públicos pela compra do apartamento.

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