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A foto que fez a PF investigar ameaça a delegado do caso Bolsonaro

Delegado da PF à frente de inquéritos que miram Jair Bolsonaro, Fábio Shor apresentou foto ao relatar suposta tentativa de intimidação

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Foto ameaça PF delegado Fábio Shor
1 de 1 Foto ameaça PF delegado Fábio Shor - Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar uma suposta tentativa de intimidação ao delegado Fábio Shor, que imputou crimes a Bolsonaro no caso das joias, do cartão de vacinas e da trama golpista. Uma foto feita por ele mostra um boneco de macaco azul preso ao vidro traseiro de seu carro.

À Diretoria de Inteligência da PF, o delegado relatou que o veículo estava estacionado na área externa de sua residência, em Brasília, e que o brinquedo teria sido um “recado de intimidação”. Na interpretação de Shor, os responsáveis tiveram a intenção de mostrar que sabem qual automóvel ele usa e onde mora.

O episódio ocorreu em 13 julho, nove dias após o indiciamento de Bolsonaro no inquérito que apura a entrada ilegal de joias árabes no Brasil. Desde então, Shor passou a circular em veículo blindado.

No depoimento prestado em setembro à própria PF, o delegado relatou ser alvo de uma campanha encabeçada pelo influenciador Ed Raposo nas redes sociais. Ele também afirma que foi atacado pela filha adolescente do blogueiro Oswaldo Eustáquio, pelo comunicador Allan dos Santos e pelo senador Marcos Do Val (Podemos-ES).

No dia 14 de julho, Marcos Do Val e a filha de Eustáquio publicaram uma foto do delegado com os dizeres: “procura-se”. Segundo Shor, “a referida postagem [feita por Do Val] teve mais de 260 mil visualizações. Em seguida, os ataques aumentaram, com diversos outros perfis realizando interações, republicando e/ou encaminhando as postagens feitas pelo senador Marcos Ribeiro Do Val e/ou pela adolescente, com o objetivo de intimidar/expor”.

No mesmo dia 14 de julho, na tribuna da Câmara, Marcel Van Hattem, Eduardo Bolsonaro e outros deputados mostraram a foto em pronunciamentos contra Shor, acusando-o de produzir relatórios fraudulentos a pedido do ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com o delegado, após a exposição ele passou a ser alvo de “uma onda de ataques em massa” nas redes sociais. No relato à Diretoria de Inteligência da PF, Shor negou a acusação sobre fraudes nas investigações conduzidas por ele.

O influenciador Ed Raposo, o senador Marcos Do Val e o blogueiro Oswaldo Eustáquio foram alvos de medidas cautelares no dia 14 de agosto. Já os deputados Marcel Van Hattem e Cabo Gilberto foram indiciados por calúnia e difamação por conta de discursos proferidos na tribuna da Câmara.

Investigações

Fábio Shor ingressou na Polícia Federal em 2002, como agente. Em 2019, iniciou a carreira como delegado, na Superintendência Regional do Maranhão. Em 2020, foi transferido para a Divisão de Contrainteligência da Coordenadoria Geral de Inteligência (Cigint/CGI) da PF, em Brasília, onde está lotado atualmente.

Em 2021, com a saída da delegada Denisse Rosa Ribeiro da Cigint, Shor assumiu a condução dos inquéritos envolvendo Bolsonaro. O policial é responsável pelos relatórios das investigações de casos como o das joias sauditas, das milícias digitais, da suposta fraude nos cartões de vacina e dos atos antidemocráticos.

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