Flávio Bolsonaro enterrou rumores de golpe militar. Segundo o senador, não haverá empecilho à posse de Lula nem tentativa de ruptura institucional. Contudo, a afirmação à coluna veio acompanhada de uma ressalva sobre Alexandre de Moraes. Nela, Flávio usa a expressão “pacificação do país”, tantas vezes repetida por Lula durante a campanha.
“A pacificação do país passa pelo arquivamento dos inquéritos que (miram bolsonaristas e) estão com o Alexandre de Moraes no STF. A defesa da democracia passa pelo arquivamento desses inquéritos. Se Moraes continuar nessa toada, o próximo Bolsonaro será o Lula. Amanhã, será a vez da esquerda”, disse Flávio Bolsonaro.
O próprio Jair Bolsonaro ensaiou fazer um apelo a ministros do STF em novembro. Na ocasião, convidou os magistrados para uma reunião no Palácio da Alvorada, mas o encontro acabou não acontecendo.
A mobilização de bolsonaristas em torno da presidência do Senado tem, como um dos principais objetivos, aumentar a chance de aprovar medidas para limitar o poder do STF.

Desde que assumiu o cargo de presidente do Brasil, em 2019, Jair Bolsonaro já foi alvo de sete inquéritos da Polícia Federal (PF) que investigam irregularidades em seu governo Getty Images

Em 2020, Bolsonaro foi intimado a depor sobre as acusações, feitas pelo então ministro da Justiça Sérgio Moro, de interferência na PFGetty Images

Ao deixar o cargo, Moro acusou Bolsonaro de querer trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para proteger seus familiares e aliadosGetty Images

Uma delas seria o "inquérito das fake news", no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga ataques a ministros da Corte e atingiu mais de dez bolsonaristasGetty Images

Apesar das interferências, o presidente foi incluído nesse inquérito, dois anos após a abertura do processo, em 2019. Segundo as investigações, ele teria atacado, sem provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do paísGetty Images

Em 2021, outro inquérito contra o chefe do executivo foi instaurado para apurar as denúncias de prevaricação no caso que envolve a negociação para a compra de 20 milhões de doses da vacina indiana contra a covid-19, a Covaxin, no valor total de R$ 1,6 bilhãoRafaela Felicciano/Metrópoles

No mesmo ano, Bolsonaro também foi investigado pelo vazamento de documentos sigilosos da PF. O presidente divulgou nas redes sociais a íntegra de um inquérito que apura suposto ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 Hugo Barreto/Metrópoles

Além disso, também foi aberto um inquérito administrativo pelo TSE contra Bolsonaro para apurar fatos que possam configurar crimes eleitorais relativos aos insistentes ataques ao sistema eletrônico de votação e à legitimidade das eleições em 2022Igo Estrela/Metrópoles

Bolsonaro também é alvo de outra operação da PF por associar o imunizante contra a Covid-19 à aids. O presidente é investigado pelos crimes de epidemia, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crimeIgo Estrela/Metrópoles

A mais recente investigação da corporação contra o chefe do executivo é o inquérito das milícias digitais, que apura indícios de atuação de um grupo organizado para atentar contra a democracia e o Estado democrático de direito. Um dos braços da investigação é identificar a relação de Bolsonaro com essas milíciasAline Massuca/Metrópoles