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Impeachment do ministro dos Direitos Humanos é pedido por 41 deputados

Após Ministério dos Direitos Humanos pagar passagens e diárias de Luciane Farias, a Dama do Tráfico, deputados querem impeachment de Almeida

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
impeachment colorida mostra Silvio Almeida com as mãos encobrindo parte do rosto, segurando a lente direita dos seus óculos e com o olhar direto ao deputados na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime organizado; ele veste terno preto, camisa branca e gravata preta - Metrópoles
1 de 1 impeachment colorida mostra Silvio Almeida com as mãos encobrindo parte do rosto, segurando a lente direita dos seus óculos e com o olhar direto ao deputados na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime organizado; ele veste terno preto, camisa branca e gravata preta - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Assinado por 41 deputados, um pedido de impeachment do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, será protocolado na Câmara dos Deputados.

Encabeçado pelo bolsonarista Rodrigo Valadares, o pedido de afastamento ocorre após a pasta de Almeida confirmar ter pago passagens aéreas e diárias para Luciane Farias, conhecida como a Dama do Tráfico, participar de agendas do governo federal em Brasília.

Os parlamentares sustentam que há legitimidade para a abertura do processo de impeachment, uma vez que um dos artigos para crime de responsabilidade é “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

Mulher de Clemilson Farias, um dos principais líderes do Comando Vermelho, Luciane teve reuniões no Ministério dos Direitos Humanos e no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ela também aproveitou a estadia em Brasília para conversar com deputados como André Janones e Guilherme Boulos.

A Dama do Tráfico foi condenada a 10 anos de prisão por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa, mas recorreu e responde em liberdade.

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Luciane Farias participou de reuniões no Ministério da Justiça e no Ministério dos Direitos Humanos
Boulos também conversou com mulher de líder do Comando Vermelho em maio
Luciane Barbosa, esposa de Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas
Luciane e Natividade em evento em Brasília
Luciane Barbosa na porta do gabinete de Boulos na Câmara
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O deputado bolsonarista Rodrigo Valadares

Agência Câmara
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Luciane Farias participou de reuniões no Ministério da Justiça e no Ministério dos Direitos Humanos

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Boulos também conversou com mulher de líder do Comando Vermelho em maio

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Luciane Barbosa, esposa de Tio Patinhas, líder do CV no Amazonas

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Luciane e Natividade em evento em Brasília

Reprodução/ Facebook
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Luciane Barbosa na porta do gabinete de Boulos na Câmara

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“O custeio de passagens e diárias foi realizado com recursos de rubrica orçamentária destinado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania ao Comitê, que observou as indicações dos comitês estaduais para a participação no encontro”, diz trecho de nota divulgada pela pasta.

“Nem o ministro nem a secretária nem qualquer pessoa do gabinete do ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiu na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes”, continuou o Ministério dos Direitos Humanos.

Lula sai em defesa de Dino

Nesta quarta-feira (15/11), Lula saiu em defesa do ministro de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino. Em uma publicação nas redes sociais, ele se disse solidário ao chefe da pasta no caso da visita da dama do tráfico à equipe de Dino.

Flávio Dino tem sido acusado nas redes sociais de ter recebido Luciene Barbosa, chamada de “dama do tráfico”. Lula, na postagem, considera que os ataques tem sido “artificialmente plantados” e “criminosos”, além de ponderar que a ação é coordenada. “Nós reiteramos: não haverá recuos diante de criminosos e seus aliados, estejam onde estiverem, sejam eles quem forem”, afirmou Lula.

Dino decidiu processar o vereador Fernando Holiday (PL-SP) após o parlamentar postar uma foto afirmando que Dino se reuniu com Luciane Farias. Ocorre que a mulher ao lado do ministro era, na verdade, uma comediante.

Fogo amigo

O Palácio do Planalto suspeita de fogo amigo, com objetivo de atingir Flávio Dino, na revelação da visita da Dama do Tráfico ao Ministério da Justiça. Isso porque as agendas ocorreram no primeiro semestre, mas só foram reveladas agora, às vésperas da indicação que Lula fará ao STF.

Antes de a oposição descobrir que o Ministério dos Direitos Humanos custeou as despesas de Luciane Farias em Brasília, Dino era o alvo preferencial dos ataques.

Dino, por sua vez, tem dito que não atua para ocupar uma cadeira no Supremo. “Lula e eu nunca tivemos essa conversa”, repete, quando questionado sobre o assunto.

Mesmo perdendo o favoritismo, Dino ainda é visto como possível nome a ser indicado pelo presidente para a vaga de Rosa Weber. Ele disputa a preferência com Jorge Messias [atual advogado-geral da União] e Bruno Dantas [presidente do Tribunal de Contas da União].

Reservado, Lula evita dar pistas sobre quem irá escolher, mas garante que o martelo será batido ainda este ano.

Fernandinho Beira-Mar

Como mostrou a coluna, a visita da Dama do Tráfico ao governo federal não foi o único fato que chamou a atenção na semana passada.

Condenada por servir de pombo-correio do Comando Vermelho, a filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Costa, recebeu o “Prêmio Responsabilidade Social 2023”.

A honraria foi concedida na Câmara Municipal de Duque de Caxias, onde ela atua como vereadora.

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