“Ficar bonita dá um trabalho”, diz Regiane Alves sobre A Vida da Gente
No ar na novela das 6, atriz lembra que demorava duas horas para ficar pronta por causa do cabelo, do bronze e das tatuagens da personagem
atualizado
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Além das inesquecíveis Clara, de Laços de Família, e Dóris, de Mulheres Apaixonadas, Regiane Alves está no ar como a perua Cristiane em A Vida Da Gente, que reestreou na faixa das seis. Na trama de Licia Manzo, a atriz vive novamente uma personagem sem caráter, mas nesta historia é ela quem dá o alívio cômico que a novela pede. No ar em dose tripla, Regiane conversou com a coluna sobre os seus trabalhos, que sempre dão muito o que falar. Confira.
Você é saudosista ao ver um trabalho antigo?
Sim, um pouco de saudosismo, de crítica, de vergonha, de surpresa ao não lembrar da cena. É um verdadeiro carrossel de emoções ao assistir trabalhos antigos.
O que passa pela sua cabeça quando você vê a Dóris e a Clara em cena?
De como eu era jovem, com sangue no olho, de como eu desejava ser atriz, de como tive sorte, mas ao mesmo tempo eu sempre estudei e me preparei para as oportunidades, de como sempre fui comprometida com o trabalho. De como o Manoel Carlos era brilhantes falando sobre as relações mais próximas.

A atriz Regiane Alves Reprodução/Instagram

Regiane fez várias vilãs ao longo da carreira Reprodução


Regiane Alves Reginaldo Teixeira CS Eventos
Tenho visto você se divertindo nas redes sociais nessas reprises. Se surpreendeu com essa forma de interação com os fãs?
Agora temos as redes sociais e isso nos deixa mais próximos do público. Eu tenho gostado muito, confesso. Antes só conseguíamos ficar perto quando fazíamos peças de teatro e viajávamos para as cidades, recebia as pessoas no final das apresentações e nem sempre conseguiam falar com a gente. E agora essa aproximação faz bem para os dois lados. Tem troca sobre o que acharam, sobre novidades… um barato!
Lá atrás, muita gente queria te bater. Alguém já te deu uma bronca, mesmo agora, depois de quase 20 anos? (risos)
Agora no caso da Clara, veem ela com o olhar de que ela está tentando salvar o casamento dela. Ou seja, a mesma história com uma repercussão diferente de 20 anos atrás, onde eu ouvia que por ela ser chata com ele (Fred, vivido por Luigi Baricelli) ele tinha razão por não querer ficar com ela e sim com a Capitu (Giovanna Antonelli). Os valores mudam com o tempo. A Dóris é um caso a ser estudado, amam ela, comentam detalhes das cenas, sempre falam comigo sobre ela esteja a novela no ar ou não.
Tem ator que sofre, que faria diferente, você é assim quando vê alguma cena antiga?
Sim. Algumas vezes, bate o pensamento poderia ter feito diferente, e fico ali passando a cena na minha cabeça, outras vezes como a cena onde eu e Capitu brigamos após o casamento eu achei muito boa a cena para ver, e por incrível que pareça eu não lembrava mais da cena … (risos)
Agora tem mais um trabalho seu, A Vida da Gente. Quais as lembranças dessa trama?
Me lembro do texto da Lícia, que é e sempre foi boa autora, texto bom de falar. Do cuidado da direção do Jayme (Monjardim), da naturalidade que tinha que ser feito, apesar da Cris ser uma personagem fora da casinha, o humor dela tinha que ser algo sútil. Da dieta e dos treinos para ter um “ corpo” próximo de uma personal trainer real. Da maquiagem para parecer bronzeada, do aplique, da tattoo, eram duas horas para ficar pronta. Ficar bonita dá um trabalho (risos). O bom humor do Paulo Betti, da Nicette Bruno sempre com um sorriso no rosto… Só boas lembranças.
Você fez muitas novelas com o Manoel Carlos. Sente falta de fazer um texto dele? Você ainda mantém contato com ele?
Infelizmente não tenho falado com ele, mas guardo no coração uma eterna gratidão por ter feito os 3 papéis que mudaram a minha carreira. Clara, Dóris e Alice (de Páginas da Vida), foi uma trilogia e fui entregue e feliz fazendo esses papéis. Sinto falta agora por conta da pandemia de trabalhar, parece tão distante com a falta de incentivo para a nossa área. De olhar à programação e ver uma peça, um filme no cinema. E olha que sou privilegiada pois ainda tenho um contrato com a TV Globo, enfim contando os dias para voltar.
Qual papel você gostaria de fazer na TV num próximo trabalho?
Uma personagem mais real, humana, próxima do público, com questões de sobrevivência. As vilãs te colocam num pedestal. Você fica entre a admiração e a distância.
Você foi muito feliz com as suas vilãs… Elas te fascinam mais?
Com certeza as vilãs são fascinantes, elas tem a coragem, e o despudor de dizer e fazer coisas que nenhum mortal faria. Daí a admiração. Eu sempre amei fazer vilãs, como atriz cada vez que chega alguma personagem com traços de vilania, trabalho redobrado para eu tentar diferenciar e mão cair na mesma linha de interpretação.