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O que o Brasil mostrou no Web Summit?

Entre agritechs, edutechs, healthtechs e negócios de inteligência artificial, cerca de 80 startups nacionais participaram do evento

atualizado

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Eóin Noonan/Web Summit via Sportsfile
Web Summit 2021
1 de 1 Web Summit 2021 - Foto: Eóin Noonan/Web Summit via Sportsfile

O que leva alguém a participar do Web Summit? Há conteúdos interessantes, boas ideias circulando e oportunidades de formação e capacitação. Mas, ao fim e ao cabo, a principal razão de ser do evento pode ser resumida em uma palavra: conexão. Investidores querem conhecer startups; e os empreendedores decoram pitches para despertar a paixão e o bolso dos financiadores.

Para os cerca de 80 negócios brasileiros que montaram estandes, o saldo foi positivo. Quase metade deles veio a Lisboa em uma delegação comandada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores. De acordo com a Coordenadora de Expansão Internacional da entidade, Karina Bazuchi, o movimento confirma o interesse dos participantes globais em fazer negócios com o país.

“Todas as empresas que vieram pra cá possuem grau de inovação, potencial de escalabilidade e equipe internacional. O feedback delas é excelente, principalmente no processo de auxílio na expansão para o exterior”, conta. Segundo ela, os empreendedores brasileiros veem Portugal como uma porta de entrada para o restante da Europa — algo que é facilitado pela proximidade cultural e linguística.

Nova economia em alta

O crescimento da nova economia no Brasil tem ganhado tração nos últimos cinco anos, na avaliação da executiva. “Temos mais de 13 mil startups e cerca de 20 unicórnios, podendo chegar a 30 ainda este ano. As empresas estão cada vez mais maduras e preparadas para falar com o investidor estrangeiro, com projetos que têm alto potencial de retorno”, resume Karina.

Entre agritechs, edutechs, healthtechs e negócios de inteligência artificial, o time que veio para Portugal com a bandeira verde e amarela na mala não se limitará aos dias de Web Summit, que encerrou a programação nessa quinta-feira (4/11). Até a próxima semana, a Apex-Brasil programa uma série de reuniões com investidores, além de intensa agenda de visitas a atores do ecossistema de inovação português.

Das dezenas de empresas brasileiras que estão na comitiva, o Metrópoles selecionou três histórias de inovação que fizeram bonito em Portugal. E que, quem sabe, poderão se transformar no próximo unicórnio brasileiro. Confira:

Cor.Sync: revolucionando o diagnóstico de infarto

O médico cardiologista Attilio Galhardo confirma: “na medicina, o tempo salva vidas”. Em casos de infarto, cada instante é fundamental para reduzir sequelas e impedir a morte. Um dos exames para esse problema no coração – que é o que mais mata no mundo – é o de troponina. Esse diagnóstico costuma levar três horas a partir do momento que o paciente é consultado. O Cor.Sync é um dispositivo point of care (ou seja, que fica na própria sala de emergência) que reduz essa espera para apenas oito minutos.

A companhia ainda está no chamado early stage, que é a fase de validação clínica em hospitais de São Paulo. O objetivo é lançar o produto no segundo semestre de 2022. “O exame da troponina é só o primeiro passo. Queremos que o Cor.Sync seja um painel cardiológico completo no futuro”, reforça Galhardo, que é o medical advisor do grupo. De médico a startupeiro, o curitibano poderá salvar ainda mais vidas se esse objetivo se concretizar.

Varejocloud: gestão para os pequenos e médios negócios

Santa Catarina é um dos estados brasileiros mais avançados quando o assunto é o ecossistema de inovação. O Sebrae catarinense selecionou dez startups para participar do Web Summit e trocar ideias e cartões. Uma delas vem de Blumenau: a Varejocloud. A proposta é facilitar o acesso de pequenas e médias empresas a ferramentas de gestão geralmente utilizadas somente pelas grandes.

O estágio atual do negócio já está avançado: são cerca de 400 clientes utilizando a plataforma. O próximo passo, segundo o diretor de inovação Bruno Tiergarten, é ganhar escala. E a vinda a Lisboa deve ajudar nesse objetivo. “No Web Summit, buscamos captar parceiros que pudessem nos aconselhar para expansão e internacionalização do negócio, além de fazer networking com outras empresas”, resume.

Apesar desses objetivos específicos, o executivo também veio coletar ideias para um futuro mais distante quando pretende transformar a Varejocloud em um “hub do varejo”. “Queremos ser uma plataforma grande que continue atendendo pequenos varejistas e aumentando a produtividade deles”, conclui.

Mobiler: super app para pequenas cidades

Ao contrário de Portugal, o Brasil é um país continental. Isso significa que o país possui muitas pequenas cidades no interior — raramente bem assistidas pelas novas tecnologias. Levar a transformação digital para esses diversos cantos é o objetivo da Mobiler. Oferecendo suporte tecnológico, ela ajuda empresários locais a colocar de pé apps de transporte, comida e logística. 

Segundo o representante André Ribas Júnior, a ajuda vai no detalhe. “Desenvolvemos o planejamento e fazemos a implantação da tecnologia. Cuidamos da parte monetária, da burocracia. Queremos fazer acontecer”, resume. Se o tamanho do Brasil torna mais complexa a adoção das tecnologias, a Europa também tem problemas. “Os europeus costumam ter uma cabeça bem fechada para qualquer novidade. Quem vem de fora não sabe disso”, conta Ribas, que é brasileiro, mas mora em Lisboa. 

No Brasil, há desafios diversos como logística, financiamento e muitos outros pontos. Mas criatividade e abertura para o novo não faltam entre os brasileiros que estiveram no Web Summit em 2021.

O portal Metrópoles está presente no Web Summit 2021, em Portugal. A curadoria da cobertura tem a assinatura da Brivia, com geração de conteúdo da Critério — Resultado em Opinião Pública.

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