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Especialistas comentam mudanças no TikTok e novos formatos de conteúdo

Vídeos de até 3 minutos foram incorporados ao app. Além disso, a plataforma testa ferramenta para candidatos enviarem currículos

atualizado

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Tik Tok
1 de 1 Tik Tok - Foto: Unsplash

Com mais de um bilhão de usuários, o TikTok é hoje uma das principais redes sociais do mundo. Segundo um relatório recente da empresa de análise App Annie, usuários nos EUA passaram, em média, 21,5 horas por mês no aplicativo em 2020. A plataforma vem investindo em melhorias e adequações para atrair cada vez mais usuários.

Recentemente, os vídeos que antes tinham até 30 segundos passaram a ter duração máxima de três minutos. O formato, semelhante ao IGTV e YouTube, já vinha sendo testado por um público restrito. “Acredito que essa versão estendida seja para expandir os horizontes e limites de criação, para que os criadores tenham mais campo de exploração na hora de produzir os conteúdos. O jogo do TikTok é outro, a plataforma não tem o mesmo objetivo do Instagram ou até mesmo do Youtube”, acreditam Vitor Knijnik, Co-CEO & Partner, e Patrícia Calil, Head de Conteúdo da Rede Snack, empresa especialista de social content da B&Partners.

Segundo os especialistas, há diferenças claras entre as redes. O Youtube, por exemplo, trabalha vídeos longos, enquanto o Instagram está deixando de distribuir massivamente o IGTV para focar no Reels, formato mais curto de vídeo. “O caminho parece ser ao contrário. O Instagram e o Youtube é que estão tentando se aproximar do formato Tik Tok. Instagram com o Reels e o Youtube com o recém lançado Shorts. A tendência do momento está nos vídeos curtos”, dizem Vitor e Patrícia.

Luiz Menezes, da aceleradora de influência Trope, concorda que esse tipo de formato para divulgação de conteúdos tem chamado cada vez mais a atenção. “O tamanho ou formato varia de acordo com a geração que consome e seus hábitos de comportamento. Possibilitar uma minutagem maior dentro dos conteúdos de uma rede permite que diferentes gerações, como as mais velhas, possam consumir vídeos mais densos e maiores”, analisa. Especialista em conteúdos para Geração Z, conhecidos pela pressa e alto consumo de informações, ele garante que este público prefere vídeos menores, mas dependendo da editoria do conteúdo, requerem também de mais tempo de tela. “É uma forma, no geral, de não limitar a plataforma ao formato de 60 segundos e abraçar novas possibilidades, audiências e gerações”, complementa o profissional.

Na opinião da produtora audiovisual Clarissa Millford, criadora da Academia de TikTokers, o formato mais longo foi incorporado ao aplicativo, mas ainda é restrito a vídeos de cunho institucional. “Isso significa que são conteúdos gerados por empresas. Essa lógica ainda não está sendo utilizada pelos creators, por não condizer com o fluxo de trabalho que eles adotam, em que a monetização e criação precisam ser constantes”, avalia.

Novos formatos

Outra novidade anunciada pelo TikTok foi uma ferramenta, em fase de testes, para que usuários enviem currículos em vídeo para as empresas, candidatando-se às vagas. Nos Estados Unidos, já existe até rede de fast-food selecionando trabalhadores dessa forma. A plataforma ainda deve lançar em breve um canal de compras.

“O TikTok já mostrou o potencial que tem como ferramenta de entretenimento, de ensino e pode ter o mesmo aproveitamento para o mercado de trabalho. Acredito que seja uma tendência aliar cada vez mais as plataforma audiovisuais a outros objetivos que não fiquem restritos ao entretenimento”, diz Clarissa.

Para Vitor e Patrícia, da Rede Snack, muitas empresas no Brasil ainda subestimam o TikTok, o que pode tornar essa funcionalidade pouco atraente por aqui. No entanto, eles gostam da ideia. “A Snack, que produz muito para a plataforma, certamente vai incluir no descritivo das nossas futuras vagas o requisito de enviar o CV via TikTok Resumes”, justificam.

Antes de criar a Trope, Luiz Menezes foi contratado por uma agência de publicidade após ter feito o currículo em vídeo no TikTok. “É cada vez mais tendência. O Boticário, Skol Beats e Nestlé já aderiram à prática de pedir vídeos criativos”, conta. Para ele, com o futuro sendo em vídeo, redes sociais tradicionais de vagas e conexões, que não exploram o formato com propriedade, perdem espaço. “É no vídeo vertical que o potencial de se criar uma narrativa envolvente e gerar conexão com quem assiste será explorado, revelando habilidades pessoais e técnicas na prática, que o currículo escrito ou uma entrevista tradicional não revelariam”, conclui.

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