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No início dos anos 2000, ir ao Faustão significava o auge da carreira. Chegar ao topo, sem passar por seu auditório, não tinha representatividade alguma. Lançar um álbum musical lá significava estouro de vendas no dia seguinte.
Faustão mudou a vida de muito artista. Muito famoso por sua generosidade, Fausto é, ao lado de Silvio Santos, o único “produto” totalmente televisivo da atualidade. Quem pode se esquecer da guerra contra Gugu Liberato para exibir o concurso para a loira e morena do É O Tchan? Ele era o verdadeiro dono do programa, para o bem e para o mal.
Ninguém na Globo tem um histórico de uma relação tão estreita com a direção da casa. Ele agia como um porta-voz. Tudo que ia ao ar, precisava de total aval dele. O valor anual que a Globo destina ao Domingão por ano é de R$ 300 milhões, o equivalente à toda RedeTV!.
Ele não se submetia às “normas” da casa, mas sempre conquistou tudo na Globo com muita diplomacia e grande poder der articulação. Levou Hebe Camargo, do SBT, para ser premiada em plena Globo. Só ele faria isso. Ninguém mais.
Com a mesma capacidade que criava “personagens” em seu programa, os punia severamente caso descumprissem suas regras e, principalmente, sua retilínea ética. O ex-maestro Caçulinha e o cinegrafista Renato Laranjeira foram do céu ao inferno nas mãos de Silva.
Mas, preste atenção, Fausto Silva nunca esqueceu de ser um personagem de TV. Na rua, ele jamais agia como uma estrela. Com uma vida de poucas aparições, viagens anuais sempre para o mesmo país, a Itália, ele transformava os salões de sua casa como uma antessala de seu programa.
Ele criava laços artísticos e comerciais inabaláveis. Fechava patrocínios milionários no sofá de casa, entre uma pizza e outra. E, atenção, nunca cedeu à internet. Fora Silvio Santos, jamais criou uma rede social sequer. Na TV Fausto Silva nasceu e, na TV, ele morrerá.