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Renúncia em massa derruba pivô de crise do comando nacional do PTB

Graciela Nienov é acusada internamente de trair Roberto Jefferson, que anunciou o pedido de demissão, mas que não foi formalizado à sigla

atualizado

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Michel Jesus/Câmara dos Deputados
Graciela Nienov
1 de 1 Graciela Nienov - Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Grande parte dos dirigentes do diretório nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) renunciaram aos cargos, na última quarta-feira (3/2), como forma de derrubar Graciela Nienov do comando da sigla.

Sucessora de Roberto Jefferson, Nienov é pivô de uma crise vivida pela agremiação após conversas de um grupo secreto terem vazado nas redes sociais e indicarem uma possível traição ao grupo liderado pelo cacique petebista, o qual está em prisão domiciliar.

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Até a publicação da reportagem, havia a confirmação de pelo menos 42 nomes ligados ao ex-deputado federal Roberto Jefferson que assinaram o pedido de afastamento das funções internas. No total, 57 pessoas integram o comando do partido.

Pelo regimento interno da sigla, quando mais de 50% dos dirigentes renunciam, toda a executiva partidária perde o poder e um novo comando é eleito por meio de uma assembleia extraordinária, que será realizada no próximo dia 11 de fevereiro.

A renúncia coletiva já foi publicada na mais recente edição do Diário Oficial da União (DOU).

Na prática, segundo petebistas ouvidos pelo Metrópoles, Graciela Nienov já perdeu as funções executivas sobre o partido.

Entenda o caso

Gravações divulgadas nas redes sociais indicam, segundo dirigentes petebistas, uma possível traição de Graciela Nienov a Roberto Jefferson.

A dirigente partidária foi escolhida pelo ex-deputado federal para ocupar a presidência da sigla após ter sido preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

No áudio, aliados do cacique afirmam que Nienov teria indicado uma suposta negociação com o ministro para manter Jefferson na prisão.

Com a crise, Roberto Jefferson chegou a divulgar uma carta (leia abaixo), por meio do advogado, a qual afirma ter aceito o pedido de demissão da ex-aliada. Nienov, contudo, resistiu e não apresentou o ato formal ao comando nacional do PTB.

Além de Nienov, o grupo aliado de Jefferson também defende o afastamento imediato de todos os nomes envolvidos em áudios vazados. Pelo menos quatro petebistas estão na lista para a demissão sumária.

Acusada de traição, sucessora de Jefferson deixa comando do PTB

Ouça:

Traição

No manifesto, o político disse que ficou “triste e abalado” depois de ter ouvido o conteúdo das trocas de mensagens no classificado “grupo secreto” da sucessora, acusada de traição por apoiadores de Jefferson. O cacique também informa que o vazamento teria ocorrido após um dos integrantes ter se desentendido internamente.

“Graciela me pediu demissão, eu aceitei, pois após os áudios do grupo dela perdeu qualquer condição moral ou política para continuar à frente da presidência. Graciela me desqualificou e me traiu. Quis apagar minhas lutas e o meu legado. Estou dizendo isso pelo o que ouvi do grupo secreto da Graciela”, escreveu.

Nienov apagou as redes sociais e não foi localizada pela reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.

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