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Kajuru quer o Planalto: “Se Huck é candidato, por que não posso ser?”

Senador por Goiás declarou, nesta quinta-feira (22/4), intenção de disputar a Presidência da República nas eleições do ano que vem

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
foto colorida do senador jorge Kajuru de óculos e com blusa azul
1 de 1 foto colorida do senador jorge Kajuru de óculos e com blusa azul - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) anunciou, nesta quinta-feira (22/4), a intenção de disputar a Presidência da República nas eleições de 2022. O anúncio ocorre dias após o congressista ter divulgado o áudio de uma ligação telefônica que manteve com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tratar da CPI da Pandemia e dos pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O conteúdo revelado resultou na desfiliação do parlamentar do Cidadania.

“Revoltado com a falta de amor ao Brasil, lanço minha candidatura à Presidência da República! Brasil de verdades e soluções! Se o [Luciano] Huck é candidato, por que não posso ser?”, questionou.

Após divulgar o áudio, Jorge Kajuru passou a receber ameaças, em redes sociais, por parte de apoiadores do chefe do Executivo federal – que criticou o parlamentar, por ter gravado o telefonema. “Olha a que ponto que chegamos no Brasil”, provocou Bolsonaro, no Palácio do Alvorada.

Em prints cedidos pela assessoria de Kajuru, bolsonaristas aparecem afirmando que o parlamentar goiano vai conhecer o “gabinete do ódio” e que o povo vai tirá-lo do poder “à força”. Em outras postagens, alguns internautas garantem que Kajuru “não terá paz”.

“Cajuru sem vergonha… Ao invés de ficar quase cego e com essa cara de bosta mal cagada, devia ter morrido esse filho da puta, capacho do outro bandido chamado Datena [sic]”, escreveu um deles.

Em entrevista ao Metrópoles, Kajuru disse, no entanto, ter sido autorizado pelo presidente Jair Bolsonaro a gravar e divulgar a conversa. O parlamentar garantiu que não cometeu nenhum crime ao dar publicidade ao áudio, e lembrou que veiculou uma conversa entre os dois – não apenas as falas do chefe do Executivo. Além disso, sobre as ameaças, alegou que “não tem medo de morrer”.

“Se os bolsonaristas continuarem me atacando, é uma coisa gratuita. Se o presidente me autorizou [a divulgar o áudio], eu vou fazer o quê? Que erro eu cometi? Qual crime eu cometi? Advogados já falaram que eu não cometi crime nenhum. Eu apresentei uma gravação com os dois falando. Eu não apresentei uma gravação sacana com o presidente falando. O motivo da conversa está claro, eu liguei para ele para pedir coerência e que ele não colocasse todo mundo [senadores] no mesmo balaio, como ele estava xingando de canalhada”, explica.

“Tem gente me ameaçando, claro, mas eu não tenho medo de nada, não. Morrer para mim é como antes de nascer. Se alguém quiser me matar por causa disso, pode matar, não tem problema nenhum”, completa o senador.

Conselho de ética

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, protocolou, no dia 12 de abril, no Conselho de Ética do Senado, um pedido de investigação contra Jorge Kajuru.

Para Flávio, Kajuru teria quebrado o decoro parlamentar ao gravar e divulgar nas redes sociais a conversa telefônica com o presidente. No diálogo, Bolsonaro tenta convencer o senador a voltar as investigações da CPI da Covid-19 para governadores e prefeitos, tirando o foco proposto inicialmente sobre o governo federal.

“Representei no Conselho de Ética do Senado contra o senador por sua postura imoral, não só de gravar uma conversa particular com o Presidente da República, bem como de dar publicidade a isso, tudo sem o consentimento ou a autorização de Bolsonaro”, disse o senador fluminense, em vídeo distribuído por sua assessoria.

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