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Áudio: após veto contra PCDF, Bessa ataca Bolsonaro e relator da MP

Como resposta, deputado Luis Miranda afirma que vai levar o colega de bancada ao Conselho de Ética e cobra posicionamento do PL

atualizado

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ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
laerte bessa
1 de 1 laerte bessa - Foto: ANTÔNIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

Dois deputados federais que integram a bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional trocaram farpas, por meio de redes sociais, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter decidido vetar a emenda do plano de saúde no projeto que reestruturou a Polícia Civil do DF (PCDF). O caso será levado ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

A briga começou quando Laerte Bessa (PL-DF), que assumiu a cadeira com o licenciamento de Flávia Arruda (PL) para comandar a Secretaria de Governo da Presidência da República, criticou a decisão de Bolsonaro, defendeu “um golpe” para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional e xingou o relator da matéria na Câmara, deputado Luis Miranda (DEM-DF), de “estelionatário contumaz”. O conteúdo foi gravado em um áudio disparado para policiais civis. Luis Miranda nega a acusação e diz que representará o colega de bancada (veja abaixo).

“Era esperado que ele simplesmente vetasse [o plano de saúde] pelo fato de que ele estava achando que poderia cometer um crime de responsabilidade. Bom, eu não quero comentar sobre o presidente, porque ele não é isso tudo que o povo está pensando. Eu conheço ele bem e sei que ele deixou muito a desejar no comando do país. Todo mundo sabe que nós votamos nele pra ele dar o golpe, pra ele acabar com o Supremo e, se fosse o caso, fechasse o Congresso também, porque eu era totalmente a favor, e ele simplesmente se acovardou”.

Ao voltar a falar sobre o veto, Laerte Bessa afirmou que vai trabalhar para derrubar o veto no Congresso, que seria “questão de honra”, e direcionou ataques ao colega de bancada .

“O senhor Luis Miranda, quem conhece, é um estelionatário contumaz aqui no Distrito Federal. Ele tem em torno de 12 processos, inquéritos policiais nas delegacias aqui do Distrito Federal, sem contar nos Estados Unidos. Então, o nosso pessoal colocou muita fé nele. Eu sabia que aquilo era um balão de ensaio, que era fogo, fogo na fogueira sem álcool e que nós podíamos simplesmente ter uma grande decepção no final daquele projeto que ele era o relator. Eu eu tinha certeza, ia sair também que os nossos policiais não acreditam em Papai Noel”, continuou.

Ouça:

Conselho de Ética

Ao tomar conhecimento do conteúdo do áudio, Luis Miranda informou ao Metrópoles que vai levar os xingamentos disparados por Laerte Bessa ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Além disso, o parlamentar afirmou que processos contra ele foram arquivados e que o ex-diretor da PCDF tentou atribuir ao presidente uma tentativa de golpe contra os poderes, defendido pelo próprio Bessa. Recentemente, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) foi preso pelo mesmo discurso.

“Acho um absurdo um deputado fazer isso, chamar o presidente de covarde, falar que foi eleito pra dar um golpe no STF e imputar a outro colega um crime que não existe. Eu, por sua vez, diferentemente dele, não agrido porteiros, não respondo a crimes absurdos como o que ele respondeu. Inclusive, crimes esses que vão contra a população. Pensem bem quem é esse senhor”, rebateu em vídeo.

“Não adianta, porque você tem acesso a ele, policial civil, achar que ele é seu amigo. Ele não é seu amigo, ele é o maior inimigo da polícia civil hoje. Ontem, e foi sempre. Nós precisamos agora nos unir pacificamente pra conseguir manter o acordo, que já existe. Agora é só a gente ter o respeito necessário para que esse acordo não se torne uma animosidade e percamos aquilo que já foi construído. Quanto a esse senhor, irei levar ao Conselho de Ética, claro. Vou denunciá-lo criminalmente pelas mentiras que ele vem cometendo”, continuou.

Procurado pela coluna, Laerte Bessa confirmou a autoria do áudio e disse que não se manifestaria sobre a gravação: “Deixa o pau quebrar”, disse.

Veja a resposta:

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