Em março, Virgil Abloh foi alvo de críticas por causa das declarações que deu sobre sua coleção inspirada em Michael Jackson. A exibição do trabalho, desenvolvido para a Louis Vuitton, coincidiu com a ampla divulgação de Leaving Neverland, um documentário que explicita as alegações de abuso sexual infantil contra o rei do pop.

Na época, quando questionado sobre o longa pela The New Yorker, o diretor criativo da grife francesa desconversou e afirmou que queria focar apenas o lado bom e humanitário do cantor, o que desencadeou uma série de julgamentos. Agora, apenas dois meses após o episódio, o americano encara acusações de racismo, graças a algumas fotos e vídeos compartilhados por ele na última terça-feira (30/04/2019).

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Nas imagens, o designer mostra uma festa de Natal concedida aos mais de 100 funcionários da Off-White, empresa na qual ele ocupa o posto de CEO, e o que chama atenção é a falta de negros entre seus colaboradores.

Os usuários do Instagram, rede na qual os posts foram feitos, rapidamente apontaram a falta de diversidade e iniciaram uma espécie de boicote. “Negros, por favor, aprendam a não comprar de empresas que não nos apoiam. Mais de 130 membros na equipe e nenhuma pessoa de cor. Ele, claramente, não vê valor em seus semelhantes”, escreveu um seguidor.

Com o episódio, a Off-White passa a pertencer ao grupo de etiquetas acusadas de racismo nos últimos meses, como Prada e Gucci. Ambas as empresas têm sofrido com vários protestos de artistas e influencers, o que já impacta as vendas. Os feedbacks negativos, inclusive, forçaram as casas a estabelecer iniciativas de inclusão para contornar a situação.

O que parece particularmente impressionante no caso de Abloh é a relação do problema com sua trajetória, já que ele é o primeiro diretor criativo afrodescendente da Louis Vuitton. Além disso, desde o início de sua carreira, o estilista defende a cultura e juventude negra, o que não condiz com seu staff completamente branco.

No início de 2019, Virgil falou sobre uma foto tirada há 10 anos na qual ele, Kanye West e outros artistas negros estavam no Paris Fashion Week. “O que faz essa foto interessante é que, naquele momento, eu não poderia nem entrar em um show da Louis Vuitton. Entrar em uma loja já era difícil”, disse ele, que até o momento não respondeu às críticas feitas por seus seguidores.

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Colaborou Danillo Costa