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Vendas de bens pessoais de luxo podem cair 60% no segundo trimestre

Estudo global da consultoria Bain & Company sobre o consumo do segmento indica uma queda de até 35% em todo o ano de 2020

atualizado

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Sefa Karacan/Anadolu Agency/Getty Images
Joias da Gucci em vitrine
1 de 1 Joias da Gucci em vitrine - Foto: Sefa Karacan/Anadolu Agency/Getty Images

As vendas de bens pessoais de luxo no mundo inteiro podem cair de 50% a 60% no segundo trimestre deste ano. É o que revela um estudo divulgado pela empresa de consultoria Bain & Company no início deste mês, que prevê um colapso no comércio global de luxo entre maio e junho. Os dados consideram artigos como roupas, acessórios, relógios, joias e produtos de beleza, cuja demanda diminuiu.

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Como se sabe, estabelecimentos de serviços não essenciais foram fechados em grande parte do mundo para controlar a disseminação do novo coronavírus. Dessa forma, diversas áreas do varejo sentem o impacto do isolamento social em seus negócios, que dependem principalmente das vendas virtuais.

Como resultado da imposição de bloqueios e do colapso no turismo, as vendas totais de produtos pessoais de luxo devem sofrer uma queda entre 20% e 35% em 2020, em comparação ao ano de 2019.

Antes estimadas em 281 bilhões de euros, as vendas podem ficar entre 180 bilhões e 220 bilhões de euros, mesmo com o relaxamento das medidas de proteção em alguns países. Nos três primeiros meses do ano, a queda no segmento foi de 25%, segundo os dados da Bain & Co.

Entre os principais mercados de bens de luxo pessoais afetados pela pandemia, estão China continental, Europa e América. Além do impacto nas viagens domésticas e internacionais, milhões de pessoas perderam seus empregos.

Mulher fazendo compras de bolsas de luxo com máscaras de cirúrgica
O consumo de bens pessoais de luxo deve cair de 50% a 60% em todo o mundo neste ano, diz estudo da Bain & Company

 

Bolsas em vitrine da Louis Vuitton
O levantamento considera peças de vestuário, relógios, acessórios, joias e produtos de beleza

 

Sapatos da Miu Miu em vitrine na Rússia
No ano de 2020, a queda nas vendas pode ser de até 35%

 

Fachada de loja Salvatore Ferragamo
China Ocidental, Europa e América são os mercados de bens de luxo mais afetados pela crise da Covid-19, diz a Bain & Company

 

Dentre as categorias consideradas pelo estudo, os relógios sofreram maior queda nas vendas, enquanto os acessórios foram os menos afetados. O motivo para o declínio do setor relojoeiro foi a escassez de comércios eletrônicos voltados para o produto.

A Bain & Company aponta ainda que o mercado de luxo precisará de alguns anos para retornar ao faturamento registrado em 2019. Esse crescimento gradual só deve ocorrer entre 2022 e 2023.

Em 2025, a previsão é de que as vendas cheguem até 330 bilhões de euros. Boa parte disso virá da China, que deve chegar a 45% do consumo global de luxo daqui a cinco anos. No ano passado, os chineses representavam 35% do total.

O consumo interno chinês também deve aumentar, já que muitos consumidores optarão por comprar no próprio país em vez de realizar viagens para capitais da moda, como Paris, Londres e Nova York. No continente asiático, incluindo a China, o surto foi controlado devido às medidas de isolamento social.

Joias da Gucci em vitrine
O mercado de bens pessoais de luxo deve se equiparar às vendas de 2019 somente entre 2022 e 2023

 

Victoria Lee em loja de luxo na Austrália
Em 2025, as vendas globais do segmento podem chegar a 330 bilhões de euros, segundo o estudo

 

O mundo vai se recuperar, mas a indústria será transformada após a pandemia. A expectativa é que o e-commerce, que teve um crescimento considerável durante a quarentena, seja responsável por 30% das vendas de luxo até 2025.

Enquanto isso, experiências criativas serão fundamentais para manter o interesse da clientela pelas lojas físicas. Nos Estados Unidos, varejistas como J.Crew e Neiman Marcus sucumbiram à crise e pediram recuperação judicial.

“A crise do coronavírus forçará a indústria a pensar de forma mais criativa e inovar ainda mais rapidamente para atender a uma série de novas demandas dos consumidores e restrições de canal”, afirma a principal autora do estudo, Claudia D’Arpizio, parceira da Bain & Company.

vitrines Hermès e Chanel, na China
Devido ao novo coronavírus, que atingiu a China no fim de dezembro do ano passado, a Hermès havia fechado mais de 40 lojas no país

 

Mulher de máscara em frente a placa da loja Neiman Marcus
A Neiman Marcus é a segunda grande varejista dos EUA a sucumbir na crise do novo coronavírus

 

Vale destacar que o cenário do relatório, referente à primavera de 2020, não inclui a criação de uma vacina ou uma segunda onda de infecções. O estudo foi levantado pela Bain & Company em parceria com a Fondazione Altagamma, fundação que pertence a uma fabricante de luxo italiana. Fundada em 1973, a Bain & Co. é líder mundial da indústria global de artigos de luxo.

A nova previsão é um pouco mais otimista que a divulgada pela McKinsey & Company em abril, com declínio de 35% a 39% na receita do setor de bens pessoais de luxo em 2020. Segundo a análise da consultoria, mais dois meses com lojas fechadas provocariam dificuldades financeiras a 80% das empresas de moda de capital aberto em países europeus e na América do Norte.

A Bloomberg diz que o empresário Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, é o mais afetado pela pandemia em prejuízo líquido neste ano

 

O motivo seria a queda de 19% nas ações do conglomerado de luxo, estimada em US$ 30 bilhões. O grupo é dono de marcas como Dior, Givenchy e Fendi

 

Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH, é o empresário que teria o pior prejuízo líquido no mundo inteiro neste ano, segundo a Bloomberg. Ele teria perdido US$ 30 bilhões com queda de 19% nas ações do conglomerado de luxo. A informação também foi divulgada no dia 7 deste mês, um dia após o executivo ter perdido a mesma quantia que o Jeff Bezos, CEO da Amazon.


Colaborou Hebert Madeira

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