A alta-costura é o setor mais luxuoso da moda. O evento acontece a partir de variados critérios estabelecidos pela Câmara Sindical da Alta-Costura (Fédération de la Haute Couture et de la Mode). Há três maneiras de pertencer ao segmento: como membro aderente, representante ou convidado. Pela primeira vez, a organização elencou uma grife comandada por um estilista que é negro e norte-americano. O escolhido é o designer Kerby Jean-Raymond, fundador da Pyer Moss. A estreia será no outono/inverno 2021/22.

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A chegada da Pyer Moss na haute couture, em julho, será histórica. O diretor criativo da label, Kerby Jean-Raymond, é conhecido por um forte engajamento antirracista. Militante do movimento negro, o estilista levanta a bandeira da diversidade, e luta contra o racismo e a violência policial.

Com DNA street, as criações, assim como os desfiles, representam sempre uma mensagem política. De acordo com a própria grife, combinam “narrativa, ativismo, debate, teatro e comentário social”. A marca foi fundada em 2013. Jean-Raymond a descreve como um “projeto de arte” ou “um experimento social oportuno”.

“A Pyer Moss pretende usar sua voz e plataforma para desafiar narrativas sociais e evocar o diálogo”, destaca o site da label. As peças são produzidas na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, e também na Itália e em Portugal.

Com o segmento de ready-to-wear (produções que podem ir da passarela direto para as ruas), após uma pausa de dois anos, a grife retornará ao calendário do Nova York Fashion Week em setembro. Na ocasião, apresentará o compilado de primavera/verão 2022.

Além da Pyer Moss, entre os membros convidados da temporada de outono/inverno 2021/22 da alta-costura, estão Aelis, Azzaro Couture, Balenciaga, Charles de Vilmorin, Christophe Josse, Georges Hobeika, Imane Ayissi, Julie de Libran, Rahul Mishra, RVDK Ronald Van Der Kemp, RR331, Vaishali S, Yuima Nakazato e Zuhair Murad.

A Semana de Alta-Costura, que ocorrerá entre os dias 5 e 8 de julho na capital francesa, será presencial, mas as transmissões on-line permanecerão. “Dependendo da evolução da situação sanitária, os shows físicos poderão receber os convidados de acordo com um protocolo de saúde específico e obedecer a medidas determinadas pelas autoridades públicas”, apontou a organização, em comunicado.

Permanentes no segmento são as casas que podem usar oficialmente a denominação de alta-costura, seguindo exigências específicas. Elas ficam com o título até que saiam por vontade própria ou por decisão do presidente da câmara. Estão na lista marcas como Chanel, Christian Dior, Giambattista Valli, Givenchy, Jean Paul Gaultier, Maison Margiela e Schiaparelli.

Os membros correspondentes são aqueles que fazem parte do setor, mas não têm sede na França. Atualmente, são eles: Alaïa, Elie Saab, Fendi, Armani, Iris Van Herpen, Miu Miu, Valentino, Versace, e Viktor & Rolf.

Colaborou Rebeca Ligabue