Ministros temem que saída de Milton Ribeiro “abra a porteira”
Preocupação é de que demissão do titular do MEC agora obrigue Jair Bolsonaro a afastar ministros que se envolverem em polêmicas no futuro
atualizado
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Parte dos ministros de Jair Bolsonaro teme que uma eventual demissão ou licença de Milton Ribeiro “abra a porteira” no governo para afastamentos de outros auxiliares presidenciais no futuro.
A preocupação é de que uma eventual saída do titular do Ministério da Educação agora obrigue o presidente da República a afastar outros ministros que se envolverem em polêmicas no futuro.
Esse temor vem principalmente de ministros da ala política do governo. Parte deles até gostaria de ver Ribeiro fora, para tentar emplacar seu sucessor no MEC. Mas o temor de abrir a porteira é maior.
Para esses ministros, o melhor cenário seria o próprio titular da Educação tomar a iniciativa e pedir demissão ou licença do posto enquanto os fatos estão sendo esclarecidos.
Como a coluna já noticiou, mesmo que Ribeiro venha a pedir demissão, Bolsonaro já avisou ao Centrão que não abre mão de escolher pessoalmente seu ministro da Educação.
Entenda o caso
Milton Ribeiro passou a ser alvo do Centrão e de evangélicos após os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo revelarem um “gabinete paralelo” no MEC tocado por dois pastores sem cargo oficial na pasta.
Segundo as reportagens, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos teriam cobrado vantagens indevidas de prefeitos para facilitar a liberação de verbas no âmbito do FNDE, fundo ligado ao MEC.
Em áudio revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, o próprio ministro da Educação diz que o direcionamento por meio desses dois pastores teria sido “um pedido especial” do presidente Jair Bolsonaro.