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Após repercussão negativa, astronauta manda revogar home office

Para servidores do ministério, Marcos Pontes mandou revogar as portarias que autorizaram o home office para não desagradar Jair Bolsonaro

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Ministro Marcos Pontes
1 de 1 Ministro Marcos Pontes - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A cúpula do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) decidiu voltar atrás na decisão, revelada pela coluna, de adotar home office para servidores de seis órgãos ligados à pasta, por causa da alta de casos de Covid-19.

O recuo foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta segunda-feira (17/1), horas após o ministério ter assinado as portarias determinando a “suspensão imediata” do trabalho presencial.

Segundo funcionários da pasta ouvidos pela coluna, a decisão de revogar o home office teria partido do próprio ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes.

Na avaliação de servidores, Pontes teria ficado preocupado com a possibilidade de irritar o presidente Jair Bolsonaro, que é publicamente contrário a qualquer medida de restrição contra a Covid-19.

Procurada, a assessoria de imprensa do MCTI disse que as portarias foram revogadas porque, na visão da pasta, uma instrução normativa e uma portaria (Instrução Normativa SGP/SEDGG/ME nº 90, de 28 de setembro de 2021 e a Portaria MCTI nº 5.224, de 15 de outubro de 2021) que tratam do retorno ao trabalho presencial “já regulam completamente a matéria”.

Em nota publicada no site da entidade, o Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial corrobora esta versão.

“Nos corredores do MCTI, a informação é que a decisão da revogação das portarias ocorreu porque Marcos Pontes teria desagradado o chefe com a grande repercussão das portarias na imprensa. Para não correr o risco de perder seu cargo, o melhor a fazer foi colocar a vida dos servidores públicos em risco”, diz o texto.

As portarias publicadas nessa segunda autorizavam o trabalho remoto em quatro órgãos:  o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Antes disso, o ministério já havia deixado em trabalho remoto os funcionários do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e no Observatório Nacional (ON).

O motivo alegado foi o “elevado número de casos confirmados de Covid-19 na última semana entre os servidores e colaboradores que retornaram as atividades presenciais”.

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