Sem apoio tanto na base aliada quanto na oposição para aprovar a medida, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu uma sugestão do governo Lula para a tramitação da proposta.

Em conversa recente com Lira, o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), sugeriu ao presidente da Câmaras que crie um “grupo de trabalho” para debater o assunto.

A ideia sugestão nada mais é que uma tentativa do governo Lula de postergar as chances de avançar na Câmara a proposta de retomar a taxa de importação para as importações online de até US$ 50.

A medida, vista como um aceno de Lira ao setor varejista brasileiros, enfrenta oposição tanto do PT, partido do presidente Lula, quanto do PL, sigla que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar da insistência de Lira para votar o tema, os dois partidos já avisaram que votarão contra a atual proposta. Nas contas de governistas, há votos suficientes para derrubar o texto.

Além disso, o próprio Lula já avisou que vetará o projeto, caso ele seja aprovado. Nesta quinta-feira (23/5), em conversa com a imprensa no Planalto, o presidente falou em “vetar ou negociar” o texto.

“A tendência é vetar, mas a tendência também pode ser negociar”, afirmou o petista a jornalistas.

Na avaliação de petistas e bolsonaristas, taxar essas compras seria uma medida impopular que não teria como ser aprovada em pleno ano de eleições municipais, quando muitos deputados serão candidatos.

Lira quer conversar com Lula

Diante das dificuldades, Lira procurou Lula na noite da quarta-feira (22/5) pedindo uma reunião presencial para discutir o fim da isenção do imposto de importação para compras internacionais de até US$ 50.

Como o presidente da República não tem celular próprio, Lira ligou para o telefone do capitão reformado do Exército Valmir Moraes da Silva, ajudante de ordens do petista.