O vice-presidente de Desenvolvimento e Projetos da Confederação Brasileira de Futebol, Flávio Zveiter, mantém sociedade com a Codajás Sports Kapital, empresa responsável pela criação da Liga Brasil (Libra). O contrato firmado entre a Codajás e a Libra estabelece que, se o modelo de negócio da Liga Brasil for o escolhido para a Liga de Clubes, a empresa ganhará um percentual em cima dos investimentos que a entidade receber.

A CBF não tem qualquer participação e poder de decisão na disputa entre a Libra e a LFF (Liga Forte Futebol) pela criação da Liga de Clubes. Entretanto, a Confederação é palco de reuniões entre os clubes para definições da criação da entidade e tem o poder de reconhecer, ou não, a Liga de Clubes se ela for realmente criada.

Quando assumiu o cargo na vice-presidência da CBF, Zveiter deixou o quadro técnico e administrativo da Codajás, mas decidiu manter a sociedade porque não há no regulamento da CBF qualquer impedimento dessa natureza. À coluna, Zveiter explicou por que não deixou de ser sócio da Codajás.

“A Codajás prestou apenas o serviço de consultoria para a criação da Libra, as discussões sobre a criação da Liga de Clubes e suas definições agora cabem exclusivamente aos clubes que assinaram com cada grupo [Libra e LFF]. A empresa [Codajás] pode, eventualmente, ser usada para outras operações como na área de entretenimento, por exemplo”, disse Zveiter.

Mesmo reconhecendo que sua empresa e, consequentemente, ele serão beneficiados caso o modelo de negócio da Libra seja o escolhido para a Liga de Clubes, Zveiter afirma que a CBF mantém postura de neutralidade na discussão e “aguarda um consentimento entre os clubes”.

A CBF espera as definições sobre a Liga para definir qual será seu papel e atribuições no futuro. Dependendo do modelo da Liga, por exemplo, a CBF pode cuidar ou não da arbitragem e de assuntos administrativos dos clubes.

A Libra conta, atualmente, com 18 clubes, entre eles, Flamengo, Corinthians e Palmeiras. Já a LFF é formada por 26 clubes, entre eles Atlético Mineiro, Atlético Paranaense e Fluminense. Os times estão divididos em dois grupos por não entrarem em consenso sobre a divisão de receitas.