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Sigla que elegeu Bolsonaro é contra cota para mais mulheres na Câmara

Deputadas ocupam 15% dos assentos da Casa

atualizado

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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara
1 de 1 Plenário da Câmara - Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O PSL, partido que elegeu Jair Bolsonaro ao Planalto e que ainda abriga Eduardo Bolsonaro, não apoia a proposta de criar uma cota eleitoral para aumentar a participação feminina na Câmara.

O tema, que vem ganhando apoio de siglas como MDB e PL, enfrenta resistência principalmente do PSL.

“Vivemos numa sociedade machista e a proposta é interessante. Mas os partidos não conseguem preencher os 30% de candidaturas femininas, e aí vêm as candidaturas laranjas. Acho que é razoável debater dentro do percentual atual de mulheres na Câmara, de 15%. Acima disso, pode eleger candidaturas que não estejam tão dedicadas ao debate político”, afirmou o deputado Junior Bozzella, vice-presidente do PSL e atualmente rompido com Bolsonaro.

A proposta tem sido estudada pela relatora da reforma política na Câmara, deputada Renata Abreu, do Podemos de São Paulo, que promete apresentar um relatório em julho.

Mais da metade da população brasileira, as mulheres só ocupam 15% dos assentos na Câmara dos Deputados. Nas câmaras municipais, o índice é de 16%.

Segundo Abreu, alguns dirigentes partidários têm manifestado apoio à ideia.

“O Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB) e o Valdemar da Costa Neto (PL) são favoráveis. Não senti resistência”, disse a presidente do Podemos, que vem conversando com os comandantes das maiores legendas do Congresso.

Roberto Freire, presidente do Cidadania, endossou o plano, mas pediu transparência para a nova regra.

“O Cidadania vê isso positivamente. Será necessário ter muita transparência no processo. Isso seria muito fácil se adotássemos o sistema eleitoral de lista fechada, onde os partidos poderiam indicar homens e mulheres em proporções iguais.”

A relatora aguarda um posicionamento da bancada feminina na Câmara nos próximos dias para delimitar um percentual, que pode ser aplicado a Casas Legislativas em todo o país.

Atualmente, as siglas são obrigadas apenas a apresentar ao menos 30% de mulheres candidatas nas eleições.

Apesar da cautela sobre o relatório, Renata Abreu defendeu a regulamentação dos mandatos coletivos.

Nas eleições municipais do ano passado, foram eleitas 257 candidaturas compartilhadas. Em 2012, havia apenas três.

“O mandato coletivo é uma realidade. Tem que regulamentar. Ou vamos deixar o Judiciário fazê-lo?”, afirmou a parlamentar.

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