Presidente do Podemos diz que Moro abriu mão de “princípios e valores”
Renata Abreu, presidente do antigo partido de Moro, enviou vídeo aos deputados do Paraná criticando a campanha do ex-juiz contra Alvaro Dias
atualizado
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A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, enviou nesta terça-feira (6/9) um vídeo aos deputados do Paraná com críticas à campanha de Sergio Moro. Renata, que foi uma das principais entusiastas da candidatura do ex-juiz ao Planalto, afirmou que Moro está desesperado e que ele abriu mão de “princípios e valores básicos” para se eleger.
O vídeo foi enviado aos deputados para rebater as críticas que Moro tem feito ao senador Alvaro Dias, responsável por abrir as portas da política para o ex-juiz. Renata disse que está perplexa com a insinuação feita por Moro sobre uma aliança informal entre o PT e Dias.
“O desespero, Sergio, para ganhar a eleição está fazendo você abrir mão de princípios e valores básicos para qualquer ser humano. Foi o Alvaro Dias que sempre lutou pelo combate à corrupção, muito antes até de nascer a Lava Jato”, diz Renata no vídeo.
“Foi ele quem te convidou para vir para a política. E você, depois que o seu primeiro suplente recebeu R$ 1 milhão do seu atual partido, virou as costas para o Podemos e para ele. Todos nós temos sonhos, mas a gente não precisa pisar nas pessoas e inventar mentiras para chegarmos lá”, declarou.
A coluna mostrou que o advogado Luis Felipe Cunha, primeiro suplente na chapa de Moro, recebeu a quantia do União Brasil alguns meses antes de o ex-juiz ser oficializado como candidato ao Senado. Cunha é braço direito de Moro.
“Fui uma das brasileiras que acreditou em ti e estou perplexa de te ver querendo chegar ao poder batendo naqueles que sempre te acolheram. Foi assim com Bolsonaro e, agora, com Alvaro Dias”, afirmou Renata. “Gaste o seu tempo construindo pontes, e não destruindo laços.”
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019 Rafaela Felicciano/Metrópoles

A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Igo Estrela/Metrópoles

Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro Igo Estrela/Metrópoles

Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente Andre Borges/Esp. Metrópoles

No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão Rafaela Felicciano/Metrópoles

Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão HUGO BARRETO/ Metrópoles

Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República Rafaela Felicciano/Metrópoles

A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas Rafaela Felicciano/Metrópoles