O coordenador da campanha de Lula, Aloizio Mercadante, disse que o preço do botijão de gás, que hoje custa em média R$ 130, será prioridade no plano de governo da chapa Lula-Alckmin. Em reunião com petroleiros nesta quinta-feira (30/6), Mercadante afirmou que a questão não é “categoria analítica”, mas de “experiência de vida” do ex-presidente.
Mercadante informou que as discussões sobre o preço do gás de cozinha estão sendo conduzidas diretamente por Lula com a equipe técnica da campanha. Apoiado pelo presidente da Frente Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, Mercadante disse que o gás de cozinha, em um eventual governo Lula, deverá deixar rapidamente a política de preço de paridade internacional (PPI).
“O gás de cozinha é um componente que pode, nessa transição para a saída do PPI, ser muito seguro e rápido, diferente do diesel, que está em um quadro internacional mais complexo. Para Lula, fome e fogão são prioridades absolutas”, disse o coordenador da campanha do petista na sede da FUP, no Rio de Janeiro.
A desvinculação do preço do diesel do mercado internacional, segundo Mercadante, se dará de forma “progressiva e consistente”, para evitar riscos de desabastecimento. O ex-ministro defendeu também a importância de reajustar os preços à realidade brasileira para dar vantagem competitiva ao Brasil.

A Petrobras é uma empresa estatal de economia mista que tem capital aberto e cujo acionista majoritário é o governo brasileiroAline Massuca/Metrópoles

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Por esse motivo, são frequentes as alterações nos preços dos combustíveis, que, dependendo do mercado internacional e da cotação do dólar, podem impactar positivamente ou negativamente o bolso do consumidorHugo Barreto/Metrópoles

A controvérsia é que, segundo Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o Brasil produz, por dia, cerca de 3 milhões de barris de petróleo. O que seria mais que o suficiente para o consumo de derivados no país, se não fosse por alguns detalhes necessários para tornar o produto “utilizável”Daniel Ferreira/Metrópoles

Segundo especialistas, o Brasil é excelente em extração, não no refino. Além disso, existem petróleos pesados e outros chamados de leves. Essa composição é que vai definir qual é o ideal para produzir a gasolina, o diesel ou outro derivado do óleo brutoAline Massuca/Metrópoles

Portanto, apesar da boa produção, nossas refinarias não conseguem abastecer o mercado interno. Então, continuamos importando combustíveis e vendendo o excesso de petróleo bruto que não damos conta de refinarAgência Brasil

Além do preço da própria Petrobras, o preço da gasolina no Brasil também sofre incidência da carga tributária. ICMS, Cide, PIS/Pasep e Confis, por exemplo, são alguns dos impostos que ajudam a determinar o preço do combustível Vinícius Schmidt/Metrópoles