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Pavilhão Brasil na COP-28 terá mineradoras e petroquímicas

Na COP-28, conferência das Nações Unidas para o clima, Pavilhão Brasil promoverá empresas com atuação ambiental controversa

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Foto colorida mostra buscas em área que sofreu desastre em Brumadinho (MG) - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra buscas em área que sofreu desastre em Brumadinho (MG) - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Pavilhão Brasil na conferência ambiental COP-28 terá painéis de empresas com atuação controversa no setor, a exemplo de mineradoras e petroquímicas. O mote da participação brasileira no evento sustenta que o país está “a caminho do futuro sustentável”.

O evento das Nações Unidas para o clima acontecerá de 30 de novembro a 12 de dezembro nos Emirados Árabes. Entre as companhias selecionadas para participar do Pavilhão Brasil estão Vale, Braskem, Syngenta e Petrobras. O grupo foi escolhido por integrantes do governo, sociedade civil e setor privado.

A Vale foi responsável pelo caso Brumadinho, que matou 270 pessoas na cidade mineira em 2019. Em março passado, a Controladoria-Geral da União apontou que a firma corrompeu a integridade do sistema de fiscalização federal.

A Braskem, por sua vez, causou o maior desastre ambiental urbano em curso no Brasil, que começou em 2018. A atividade de mineração da companhia levou ao afundamento do solo em cinco bairros de Maceió, o que levou à desocupação de 14 mil imóveis. No último dia 11, a Justiça condenou a empresa a indenizar Alagoas. O estado calcula o prejuízo em R$ 35 bilhões.

Outra empresa impulsionada pelo Pavilhão Brasil será a Syngenta. A empresa é a que mais vende no Brasil agrotóxicos proibidos pela União Europeia. Recentemente, a firma foi investigada por supostamente esconder um insumo altamente poluente de uma fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Já a Petrobras tem insistido em explorar petróleo na Foz do Amazonas, no Amapá, o que é criticado por ambientalistas. O pedido foi negado pelo Ibama neste ano, mas a petroleira apresentou um recurso.

(Atualização às 16h03 de 30 de outubro de 2023: Em nota, a Vale afirmou que executou 62% das ações do acordo de reparação de Brumadinho. “Brumadinho mudou para sempre a atuação da empresa e jamais será esquecido. O acordo de reparação integral já teve 62% de suas ações executadas, com desembolso de R$ 26 bilhões. Aproximadamente 14 mil pessoas firmaram acordos cíveis e trabalhistas com a Vale, que resultaram no pagamento de mais de R$ 3,2 bilhões”. A empresa acrescentou que “estabeleceu a meta de reduzir suas emissões de escopo 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030, e zerá-las até 2050, além de reduzir as emissões líquidas de escopo 3, ou em sua cadeia de valor, em 15% até 2035. Em 2021, anunciamos investimentos de até US$ 6 bilhões para reduzir nossas emissões”.)

(Atualização às 19h13 do dia 31 de outubro de 2023: Após a publicação da nota, a Syngenta informou à coluna que a inspeção do Ibama apontou falha no processo produtivo de lotes específicos de três produtos, o que levou à aplicação da multa. A empresa declarou que pagou os valores acordados no ano passado, após procedimento de conciliação proposto e aprovado pelo Ibama, e que tomou medidas cabíveis, como a implementação de melhorias processuais. Segundo a Syngenta, estudos de laboratórios especializados apontaram que os produtos não tiveram reflexos do ponto de vista ambiental, da saúde humana e nem da eficácia agronômica. Por fim, a companhia afirmou que todos os produtos passam por rigoroso processo de regulamentação e declarou que conduz negócios seguindo padrões de integridade, responsabilidade e transparência.)

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