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O conveniente atraso do Itamaraty ao tratar de Desmond Tutu e do Chile

Itamaraty demorou mais de um dia para lamentar a morte de Desmond Tutu e quatro dias para felicitar a vitória do esquerdista Gabriel Boric

atualizado

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Gustavo Magalhães/MRE
O presidente Jair Bolsonaro sorri ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França
1 de 1 O presidente Jair Bolsonaro sorri ao lado do ministro das Relações Exteriores, Carlos França - Foto: Gustavo Magalhães/MRE

O Itamaraty funciona em ritmo lento no governo de Jair Bolsonaro. Às 18h53 da segunda-feira (27/12), o Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota curta lamentando a morte de Desmond Tutu, um dos símbolos da luta contra o apartheid na África do Sul. O comunicado de três parágrafos demorou mais de um dia para ser escrito.

A morte de Tutu foi divulgada às 4h30 (horário de Brasília) do domingo (26/12) pela fundação batizada com o seu nome. Pela manhã, os maiores jornais do mundo estampavam a notícia em suas manchetes. Vencedor do Nobel da Paz em 1984, Tutu era uma das principais lideranças globais na luta contra o autoritarismo e a desigualdade.

A título de comparação, as últimas cinco notas de pesar do Itamaraty foram divulgadas no dia em que a imprensa comunicou as mortes, como foram os casos do arquiteto Ruy Ohtake, do pianista Nelson Freire, do ex-presidente português Jorge Sampaio e dos diplomatas Paulo Tarso Flecha de Lima e Reinaldo Storani.

Não se pode atribuir o atraso ao recesso de fim de ano. O Itamaraty demorou quatro dias para felicitar o esquerdista Gabriel Boric pela vitória no último dia 19 na eleição presidencial do Chile. Todos os principais países da América do Sul já tinham cumprimentado Boric pelo triunfo sobre José Antonio Kast, um político de extrema-direita que tem a simpatia da família Bolsonaro.

O recorde de Bolsonaro diz respeito à eleição dos Estados Unidos. O presidente demorou 38 dias para reconhecer a vitória de Joe Biden contra Donald Trump, outro político de viés autoritário e que é considerado uma inspiração por Bolsonaro e por seus filhos.

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