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Número de urna de Silveira será de artigo usado para justificar golpe

Daniel Silveira pretende usar o número “142” na eleição deste ano, uma referência ao artigo da Constituição que dispõe sobre Forças Armadas

atualizado

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Daniel Silveira na CCJ
1 de 1 Daniel Silveira na CCJ - Foto: Metrópoles

O deputado federal Daniel Silveira, condenado pelo Supremo a oito anos de prisão e agraciado com o perdão por Jair Bolsonaro, já escolheu qual será seu número de urna na corrida ao Senado este ano. Aproveitando que os dois primeiros dígitos serão obrigatoriamente “1” e “4”, do PTB, ele pretende usar o número “142”, uma referência ao artigo da Constituição Federal que dispõe sobre a atuação das Forças Armadas mediante autoridade suprema do presidente da República. O artigo 142 é citado por defensores de uma intervenção militar, numa interpretação golpista de seu teor.

Diz o artigo 142:

“As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

Daniel Silveira é defensor da intervenção militar e chegou a ser preso após atacar verbalmente ministros do Supremo Tribunal Federal. Aliados de Silveira acreditam que ele conseguirá se candidatar, mas que, se eleito, terá problemas para assumir o cargo. Ministros do STF, entretanto, já avisaram à família Bolsonaro que o perdão presidencial não devolve seus direitos políticos e não extingue a inelegibilidade do parlamentar.

Sabendo que poderá ficar fora do Congresso, Silveira já preparou a candidatura da mulher, Paola Silveira. Ela pretende usar o número 1422 — os dois últimos dígitos são os mesmos a serem usados por Bolsonaro em outubro.

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