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Ex-diretora de escola da Eleva ataca venda da rede e métodos de ensino

Madeline Raynolds, ex-diretora da Eleva Barra, afirmou que a estrutura do colégio era precária e lamentou ter feito parte do corpo docente

atualizado

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Divulgação/Eleva
Crianças brincam em frente ao prédio da escola Eleva Barra, no Rio de Janeiro
1 de 1 Crianças brincam em frente ao prédio da escola Eleva Barra, no Rio de Janeiro - Foto: Divulgação/Eleva

A ex-diretora da Escola Eleva Barra, uma das quatro unidades da rede vendida nesta quarta-feira (1/6) para o grupo Inspired Education, publicou um artigo com críticas à transação. No texto, intitulado “Vendendo Sonhos e o Futuro por Lucro”, Madeline Raynolds declarou que a estrutura do colégio e os métodos de ensino eram precários.

Madeline disse que deixou a escola no início da pandemia de Covid-19, ao notar “a incompetência quase intencional da direção em administrar sistemas educacionais”. “Pensei que a causa era a inexperiência ou a falta de educação (ironicamente) por parte dos diretores. Agora, vejo que os programas educacionais nunca foram o objetivo, mas o lucro, sim”, escreveu.

A ex-diretora afirmou que preocupações com o lucro eram mais importantes do que o desenvolvimento das crianças na escola. Como exemplo, Madeline contou que a Eleva demitiu os funcionários que supervisionavam os alunos nos corredores e durante o recreio. “Uma vez, fui ao playground e me deparei com centenas de estudantes brincando sem que nenhum adulto estivesse à vista.”

Madeline disse também que recebeu ordens para não ligar o ar-condicionado do ginásio sem que houvesse cerimônias especiais, mas foi contra a determinação ao notar que crianças tinham aulas de educação física com uma temperatura acima de 40 graus. Em outra denúncia, ela afirma que estudantes do Infantil 4 tiveram de almoçar nos corredores da escola porque o número de alunos superava a capacidade da escola.

A escola Eleva Barra, localizada no Rio de Janeiro, foi aberta em 2019. A educadora, que tem mais de 30 anos de experiência internacional, pediu desculpas por ter participado do empreendimento e criticou o empresário Jorge Paulo Lemann, acionista majoritário do fundo Gera Capital, que controlava a Eleva antes da venda.

“Lemann afirmou em entrevista que ele gostaria de fazer algo para resolver o “gargalo social que cria instabilidades”. Mas se isso é verdade, para onde o lucro da venda está indo? O dinheiro foi feito vendendo nosso futuro coletivo”, escreveu a ex-diretora.

A coluna procurou a Gera Capital, mas não obteve retorno.

(Atualização às 9h38 do dia 2 de junho de 2022 – Após a publicação da nota, a Eleva Educação enviou comunicado dizendo que são “totalmente infundadas as recentes críticas atribuídas à Escola Eleva Barra da Tijuca”. Segundo a Eleva, “a autora do artigo trabalhou no grupo durante dois anos em duas funções diferentes” e “saiu no período mais crítico da pandemia, ainda em meados de 2020, um momento em que os ânimos estavam exacerbados e a situação era muito desafiadora para todos”. “Ao contrário do que foi absurdamente relatado, o grupo declara que teve um início difícil na pandemia, como quase todas as escolas no mundo, mas recebeu, desde então, muitos elogios sobre como lidou com esse momento e como se reestruturou depois disso – graças à sua excelência pedagógica aliada a uma gestão profissional e eficiente. A Escola Eleva Barra tem uma das melhores estruturas escolares do Rio de Janeiro, para que seus alunos aprendam com conforto e segurança, apoiados por uma equipe altamente qualificada. Agora, junto à Inspired, a rede de Escolas Eleva tem ainda um novo mundo de ainda mais possibilidades se abrindo”, disse o comunicado.)

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